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Foodservice emprega 6,1 milhões de brasileiros em 2023, apesar de queda no n° de estabelecimentos

Número de postos de trabalho em bares e restaurantes estão crescendo desde 2022 e se aproximado cada vez mais dos números pré pandemia, mostra pesquisa da Melius

Foodservice: número de unidades e empregos cresce em 2023 (Sergio Moraes/Reuters)
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 19 de dezembro de 2023 às 06h30.

Última atualização em 19 de dezembro de 2023 às 08h05.

As atividades econômicas ligadas ao foodservice, que englobam todos os serviços prestados no preparo ou fornecimento de refeições fora do lar, empregaram 6,1 milhões de empregos no Brasil entre janeiro e setembro deste ano, um aumento de 7% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os dados fazem parte do relatório “Reflexo da Pandemia nos Foodservices”, da consultoria Melius, obtida com exclusividade pela EXAME. Os resultados do terceiro trimestre mostram que o setor continua em recuperação em relação aos meses anteriores, com os segmentos diretamente relacionados aos foodservice crescendo 6% em relação ao ano anterior e 1,3% se comparado ao desempenho do segundo trimestre.

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Empregos nos bares e restaurantes

Número de postos de trabalho em bares e restaurantes estão crescendo desde 2022 e se aproximado cada vez mais dos números pré pandemia. Até setembro, o segmento criou 330 mil novas vagas de trabalho.

Os restaurantes aumentaram a sua oferta de empregos em 6,6% e os bares em 6,8% na comparação com 2021, quando foram identificadas 3,1 milhões de ocupações com registro formal -- queda expressiva de 16% na comparação com os 4,5 milhões de postos de trabalho existentes em 2019.

Com quase 4,1 milhões de empregos entre janeiro e setembro, o setor de restaurantes superou com certa folga as 3,8 milhões de ocupações existentes no mesmo período de 2022 , ano em que houve uma recuperação de 6,6% em relação a 2021.

"O fechamento dos restaurantes se deu principalmente em 2021 e 2022. O maior problema enfrentado foi manter a sustentabilidade do negócio. Durante o período da crise sanitária, nem todo mundo conseguiu reestruturar o seu cardápio e manter a rentabilidade do negócio", diz o economista e coordenador da pesquisa Amílcar Lacerda.

Mais empregos com menos unidades

O relatório também revela que o número de estabelecimentos desse segmento nos últimos três anos sofreu uma sequência sucessiva de fechamento de empresas.

"Muitos restaurantes que tiveram de fechar as portas durante a pandemia não conseguiram mais voltar a funcionar. E isso aconteceu enquanto a demanda por serviços estava em alta no setor, fazendo com que quem estava funcionando tivesse que contratar mais gente”, diz Lacerda.

Em 2020, eram 403.330 unidades. No ano seguinte, o número total de estabelecimentos caiu para 392.515. Em 2022, outra queda: 388.135 estabelecimentos abertos no Brasil. Apesar disso, o número de empregos formais aumentou.

"O crescimento de empregos se deu em 2022, quando já havia sido liberada a aglomeração em locais fechados e os padrões de consumo estavam voltando ao normal no país. Os restaurantes que se mantiveram abertos ou foram vendidos para grupos maiores precisaram contratar mais gente para atender a uma demanda grande de clientes, que ficou represada durante a pandemia", explica Lacerda.

O especialista também destaca a retomada importante de outro segmento muito próximo ao de restaurantes.

“O setor de bares cresceu 6,7% em termos de empregos em 2022, quando se recuperou de uma expressiva queda de 19% em 2021, ano em que essa categoria de estabelecimento foi muito impactada pelos efeitos provocados pela crise sanitária da Covid-19”, diz.

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