Fiesp quer retomada em 45 dias após covid-19 controlada. O que abre antes?
Cronograma sugerido pela associação das indústrias paulistas define reabertura das empresas segundo grau de essencialidade da atividade
Denyse Godoy
Publicado em 19 de abril de 2020 às 12h05.
Última atualização em 20 de abril de 2020 às 17h27.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) propôs neste final de semana um plano para a retomada da atividade econômica em 45 dias quando as autoridades públicas considerarem que a disseminação do novo coronavírus , que causa a infecção respiratória covid-19, estiver sob controle.
Em documento enviado a seus associados, a Fiesp defende que a reabertura das empresas seja feita o mais breve possível, desde que respeitados os requisitos estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) .
No plano desenhado pela Fiesp, o primeiro passo é começar um distanciamento social seletivo, ou seja, dos cidadãos que se enquadrem nos grupos de risco para a covid-19, notadamente os idosos e quem tem outras condições de saúde como cardiopatias, diabetes e hipertensão. Os infectados também devem continuar em quarentena domiciliar.
Segundo o plano, o uso de máscas deve ser amplamente disseminado. Os estabelecimentos comerciais precisam definir horários alternados para a entrada e saída de funcionários a fim de evitar a superlotação no transporte coletivo. Eventos que concentrem um grande número de pessoas continuariam suspensos.
O cronograma sugerido pela Fiesp estabelece que o retorno gradual às atividades seja feito de acordo com o grau de essencialidade do setor.
Os primeiros estabelecimentos a ser reabertos seriam creches e escolas, lojas de rua e restaurantes. Depois de 14 dias, os shopping centers e prestadores de serviço como os salões de beleza poderiam retomar suas atividades. Mais 14 dias e os parques também voltariam a receber frequentadores, com controle de entrada. Por volta do dia 45, as academias de ginástica, os teatros, os museus e as universidades seriam autorizados a reabrir. Ao longo de todo esse período, uma reavaliação seria feita a cada 7 dias para medir e estudar os efeitos da retomada.
A Fiesp também sugere como os horários de entrada e saída dos funcionários devem ser escalonados, dividindo as empresas em grupos setoriais.
No grupo 1, que inclui fábricas, empresas agropecuárias e de utilidade pública como água, esgoto e energia, os empregados devem chegar às 6h e sair às 15h. No 2, de serviços de construção, alimentação e comércio atacadista, a entrada seria às 8h e a saída, às 17h. No 3, de serviços de escritório, financeiros, informação e comunicação e reparos de veículos, os funcionários poderiam chegar às 10h e sair às 19h. O grupo 4, de varejo, seleção e agenciamento de mão de obra, artes e cultura, agências de turismo e demais serviços, receberia os colaboradores às 12h e liberaria às 21h.
Todas as empresas precisariam reforçar a comunicação e o treinamento dos funcionários quanto às medidas de prevenção ao novo coronavírus, distanciamento no local de trabalho e limpeza e desinfecção dos ambientes, de acordo com o plano da Fiesp.
Na sexta-feira, 17, o governador de São Paulo, João Doria Junior, estendeu a quarentena nos 645 municípios do estado até 10 de maio. Foi a segunda prorrogação da quarentena, que começou em 24 de março. São Paulo é o estado com o maior número de casos da covid-19: 13.894 infectados e 991 mortes até ontem.