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Fiat e Peugeot anunciam fusão; empresa terá 21% do mercado brasileiro

Nova empresa terá metade das ações de cada companhia e deve ser a 4ª maior montadora do planeta, com faturamento combinado de 170 bilhões de euros

Fábrica da Fiat no Brasil: montadora levou 10 anos para digerir fusão com a Chrsyler (Germano Lüders/Exame)

Fábrica da Fiat no Brasil: montadora levou 10 anos para digerir fusão com a Chrsyler (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2019 às 06h24.

Última atualização em 18 de dezembro de 2019 às 08h28.

São Paulo — As megafusões automotivas estão de volta. Nesta quarta-feira a italiana Fiat Chrylser e a francesa PSA (dona de Peugeot e Citroen) anunciaram terem chegado a um acordo para uma fusão avaliada em 50 bilhões de dólares. O negócio une a segunda e a terceira maiores montadoras da Europa, e deve mudar a dinâmica global de produção de veículos.

A nova empresa, ainda sem nome, terá metade das ações de cada companhia e deve ser a quarta maior montadora do planeta, com faturamento combinado de 170 bilhões de euros. Juntas, as empresas fabricaram 8,7 milhões de veículos ano passado, mas têm potencial instalado para produzir 14 milhões de unidades, segundo projeções da consultoria LMC Automotive divulgados pela agência Reuters.

Fazer funcionar uma empresa dividida igualmente deve ser um grande desafio de gestão. Outro será atingir as metas anunciadas de cortes de custos de 4,1 bilhões de dólares ao ano sem bater de frente com os combativos sindicatos de trabalhadores na Itália e na França

A união das duas montadoras acontece apenas seis meses depois de a Fiat tentar se unir a outra gigante francesa, a Renault. A proposta era muito similar, com 50% das ações de cada lado, e até 5 bilhões de dólares em economias anuais. Foi abortada, entre outros fatores, pelas dificuldades internas da Renault, às voltas com os desdobramentos da prisão de seu ex-presidente, Carlos Ghosn, no que seus advogados afirma ter sido um golpe dos controladores da parceira japonesa Nissan.

Desde a gestão do falecido Sérgio Marchionne, a Fiat se mantinha obstinada em se unir a outras empresas com a visão de que apenas montadoras que produzissem 10 milhões de unidades por ano conseguiriam sobreviver. A premissa leva em conta as profundas transformações do mercado, com o avanço de carros conectados, elétricos e autônomos.

A grande fusão anterior da Fiat, com a americana Chrysler, mostra as dificuldades de unir duas grandes montadoras. A união levou dez anos para se concretizar, num processo penoso de unir portfólios, fornecedores, redes de distribuição, e funcionários. Atualmente, a FCA tem 102 fábricas pelo mundo e tem no Brasil seu segundo maior mercado. No Brasil, a nova empresa terá cerca de 21% do mercado — enquanto Fiat e Jeep são marcas de massa por aqui, Citroën e Peugeot são consideradas de nicho.

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