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FGC anuncia rombo 139% maior no Cruzeiro do Sul

Credores do banco poderão participar comprar dívida com deságio médio de 49%. O patrimônio líquido, hoje negativo em R$ 2,23 bilhões, terá de ser zerado

Banco Cruzeiro do Sul (Reuters/Ricardo Moraes)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 17h57.

São Paulo - O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) informou nesta terça-feira que elevou em quase 139% o rombo estimado no Banco Cruzeiro do Sul . Após uma série de ajustes patrimoniais, como, por exemplo, um novo cálculo das provisões para cobrir calotes e processos judiciais, além de créditos consignados fictícios; o prejuízo estimado saltou de um valor inicialmente contabilizado em 1,3 bilhão de reais para 3,11 bilhões de reais.

Com essa nova cifra, o patrimônio do banco, que era de 1,15 bilhão de reais fica negativo em 2,23 bilhões de reais. "Fizemos todo o levantamento possível, trabalhamos exaustivamente na verificação de cada linha do balanço e chegamos a um ajuste total de R$ 3,110 bilhões", disse Celso Antunes, indicado pelo FGC para assumir a direção do Cruzeiro do Sul.

Em 3 de junho, o Banco Central (BC) decretou intervenção na instituição financeira carioca, que foi colocada sob Regime de Administração Especial Temporária (Raet). A medida ocorreu depois de ter sido identificado o comprometimento da situação econômico-financeira do banco e "grave violação de normas" pela instituição. A decisão implicou o afastamento dos controladores – a família Índio da Costa – da gestão e a passagem ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), instituição criada com objetivo de proteger os depósitos dos clientes do sistema financeiro.

"Socialização" – Para cobrir o rombo bilionário do Cruzeiro do Sul, o FGC propôs nesta terça-feira a "socialização" dos prejuízos, em que investidores que compraram títulos do banco aceitem perder, em média, 49,3% do que esperavam receber. A oferta, que será formalizada nesta quarta-feira, está condicionada a uma adesão de 90% dos credores e que apareça um comprador para o Cruzeiro do Sul. Se não ocorrer, o Fundo Garantidor vai recomendar ao Banco Central a liquidação do Cruzeiro do Sul em 12 de setembro.


O FGC fará uma oferta de compra de dívida com deságio médio de 49% para pagar apenas parte do rombo, isto é, 2,23 bilhões de reais – suficiente para zera o patrimônio. "Duvido que não haja interessados. Eu não perderia uma oprtunidade dessas", disse o diretor executivo do FGC, Antonio Carlos Bueno.

O desconto nas dívidas será proporcional ao montante que cada grupo tem da dívida. A recompra será feita pelo FGC, não o banco Cruzeiro do Sul. Além do desconto da dívida, a instituição financeira terá de ser vendida. “Preciso que as duas coisas aconteçam: zerar o patrimônio e que alguém compre a capitalize a instituição”, disse Antunes, que disse estar confiante.

Cronograma – Segundo o cronograma estabelecido pela instituição, a partir desta quarta-feira os dados das contas do banco estarão à disposição dos interessados. As propostas serão recebidas em 10 de setembro e, se não houver propostas, o FGC vai recomendar liquidação do banco ao BC. “Ate lá, tudo roda normalmente, tudo que vencer será pago, nada muda”, afirmou Antunes.

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São Paulo - O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) informou nesta terça-feira que elevou em quase 139% o rombo estimado no Banco Cruzeiro do Sul . Após uma série de ajustes patrimoniais, como, por exemplo, um novo cálculo das provisões para cobrir calotes e processos judiciais, além de créditos consignados fictícios; o prejuízo estimado saltou de um valor inicialmente contabilizado em 1,3 bilhão de reais para 3,11 bilhões de reais.

Com essa nova cifra, o patrimônio do banco, que era de 1,15 bilhão de reais fica negativo em 2,23 bilhões de reais. "Fizemos todo o levantamento possível, trabalhamos exaustivamente na verificação de cada linha do balanço e chegamos a um ajuste total de R$ 3,110 bilhões", disse Celso Antunes, indicado pelo FGC para assumir a direção do Cruzeiro do Sul.

Em 3 de junho, o Banco Central (BC) decretou intervenção na instituição financeira carioca, que foi colocada sob Regime de Administração Especial Temporária (Raet). A medida ocorreu depois de ter sido identificado o comprometimento da situação econômico-financeira do banco e "grave violação de normas" pela instituição. A decisão implicou o afastamento dos controladores – a família Índio da Costa – da gestão e a passagem ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), instituição criada com objetivo de proteger os depósitos dos clientes do sistema financeiro.

"Socialização" – Para cobrir o rombo bilionário do Cruzeiro do Sul, o FGC propôs nesta terça-feira a "socialização" dos prejuízos, em que investidores que compraram títulos do banco aceitem perder, em média, 49,3% do que esperavam receber. A oferta, que será formalizada nesta quarta-feira, está condicionada a uma adesão de 90% dos credores e que apareça um comprador para o Cruzeiro do Sul. Se não ocorrer, o Fundo Garantidor vai recomendar ao Banco Central a liquidação do Cruzeiro do Sul em 12 de setembro.


O FGC fará uma oferta de compra de dívida com deságio médio de 49% para pagar apenas parte do rombo, isto é, 2,23 bilhões de reais – suficiente para zera o patrimônio. "Duvido que não haja interessados. Eu não perderia uma oprtunidade dessas", disse o diretor executivo do FGC, Antonio Carlos Bueno.

O desconto nas dívidas será proporcional ao montante que cada grupo tem da dívida. A recompra será feita pelo FGC, não o banco Cruzeiro do Sul. Além do desconto da dívida, a instituição financeira terá de ser vendida. “Preciso que as duas coisas aconteçam: zerar o patrimônio e que alguém compre a capitalize a instituição”, disse Antunes, que disse estar confiante.

Cronograma – Segundo o cronograma estabelecido pela instituição, a partir desta quarta-feira os dados das contas do banco estarão à disposição dos interessados. As propostas serão recebidas em 10 de setembro e, se não houver propostas, o FGC vai recomendar liquidação do banco ao BC. “Ate lá, tudo roda normalmente, tudo que vencer será pago, nada muda”, afirmou Antunes.

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