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Escolha de novo presidente da Vale assusta mercado, diz FT

Segundo o Financial Times e o Wall Street Journal, o sucessor de Roger Agnelli mostra que o governo brasileiro já exerce uma forte influência nas decisões da empresa

Governo Dilma pode ser agressivo para que companhias atendam aos interesses do Estado (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Governo Dilma pode ser agressivo para que companhias atendam aos interesses do Estado (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2011 às 14h55.

São Paulo - A escolha de Murilo Ferreira para a presidência da Vale vai assustar o mercado, afirmou nesta terça-feira o britânico Financial Times em seu site. Segundo o artigo de Jonathan Wheatley, no blog Beyond Brics, a troca de executivos confirma o "medo de muitos investidores" de que o governo possa influenciar as decisões da Vale. Ferreira é tido como o preferido da presidente Dilma Rousseff e desbancou Tito Martins, preferido do mercado e do Bradesco, dono de uma das maiores fatias da mineradora

O FT também cita que a queda de Roger Agnelli foi motivada pelo foco que a mineradora mantém na China em detrimento de investimentos no Brasil. Agnelli sofria pressão para comprar nacionais e investir em siderurgia no Brasil. Para jornal, o governo venceu a disputa pelo direcionamento da empresa.

Para o Wall Street Journal, a sucessão na Vale demonstra como o governo será "agressivo" com as empresas parcialmente privatizadas. Segundo o texto de Paulo Prada, o governo Dilma tentará exercer influência para que a Vale contribua mais com o mercado interno do que com suas atuais exportações para a China.

Ainda segundo o WSJ, Roger Agnelli tentava obedecer às demandas do governo se elas "fizessem sentido para a Vale". Por ter esse comportamento, a rigidez de uma mudança no comando da empresa, uma das maiores do setor no mundo, assusta os outros executivos da companhia. A nomeação de Ferreira no lugar de Agnelli deve ocorrer nesta quinta-feira.

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