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Ferrari estuda tirar sede fiscal da Itália

A Ferrari SpA está estudando mudar sua sede fiscal para fora da Itália, para economizar com os impostos corporativos

Ferrari: mudança da sede corporativa da Ferrari para fora da Itália seria uma derrota simbólica do país (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 15h54.

Milão -A Ferrari SpA está estudando mudar sua sede fiscal para fora da Itália para economizar com os impostos corporativos, segundo fontes com conhecimento do assunto.

A notícia surge em um momento em que a fabricante de supercarros se prepara para separar-se da Fiat Chrysler Automobiles NV.

A fabricante, que usa as cores da bandeira italiana em seu logotipo, poderá seguir os passos de sua empresa-mãe Fiat Chrysler, que está registrada nos Países Baixos, listada na Bolsa de Nova York e tem sua sede em Londres por motivos tributários, disseram as fontes, que pediram anonimato porque as discussões são privadas.

Outras opções, inclusive a de manter a residência italiana, ainda estão sobre a mesa, e uma mudança em sua sede fiscal não afetaria suas operações de fabricação e engenharia em Maranello, a cerca de 190 quilômetros ao sul de Milão, disseram as fontes.

A decisão final será tomada nos próximos meses, acrescentaram. Representantes da Fiat Chrysler preferiram não comentar.

A mudança da sede corporativa da Ferrari para fora da Itália representaria uma derrota simbólica do país, que está tendo dificuldades para acabar com o ciclo de recessões.

O primeiro-ministro Matteo Renzi está tentando realizar reformas trabalhistas e fiscais para tornar a economia italiana mais competitiva.

Esses esforços já vieram tarde demais para a Fiat Chrysler e a CNH Industrial NV, a fabricante de caminhões e tratores que se separou da Fiat em 2011. Ambas as empresas mudaram suas sedes da Itália para o Reino Unido.

"País impróprio"

“O afastamento da Itália de um ícone como a Ferrari mostra que esse país é impróprio para as empresas e que seu sistema fiscal claramente não é competitivo”, disse Ugo Arrigo, professor de finanças públicas da Universidade de Milano Bicocca.

A separação da Ferrari faz parte dos esforços da Fiat Chrysler para levantar cerca de US$ 5 bilhões para reduzir as dívidas. O CEO Sergio Marchionne se reunirá com investidores nos EUA nesta semana porque a empresa está se preparando para vender um bond conversível obrigatório de US$ 2,5 bilhões e pelo menos 87 milhões de ações.

O financiamento, que é garantido pela distribuição de 80 por cento de ações da Ferrari para investidores da Fiat Chrysler, aumentará o caixa em US$ 3,7 bilhões, disse a empresa em um relatório, na semana passada.

A Fiat Chrysler e a CNH tiram proveito da redução da taxa de imposto corporativo do Reino Unido, reduzida de 21 por cento para 20 por cento neste ano. A renda proveniente das patentes acabará sendo de apenas 10 por cento, gerando potencial para um alívio adicional.

Êxodo italiano

Como comparação, a taxa corporativa da Itália é de 31,4 por cento. O país está classificado em 56º lugar no ranking de fechamento de negócios do Banco Mundial, logo atrás da Turquia e da Hungria. O Reino Unido está em 8º lugar.

Prejudicada por políticas sufocantes, a economia italiana está tendo dificuldades para sair da recessão mais longa da história, após registrar retrações em 11 dos últimos 13 trimestres.

As taxas de desemprego estão próximas de níveis recordes e milhares de italianos deixaram o país em busca de um futuro melhor. No ano passado, o número de emigrantes da Itália subiu 19 por cento, para 126.000, segundo a agência de estatísticas Istat.

A Fiat Chrysler planeja listar 10 por cento da Ferrari até o terceiro trimestre do ano que vem. As ações da fabricante da 458 Italia serão negociadas nos EUA e possivelmente em uma bolsa europeia, segundo a empresa. Milão está sendo considerada para uma cotação secundária, com Nova York como mercado principal, disseram as fontes.

A Fiat Chrysler, que tem sede em Londres, não comentou sobre a sede fiscal da Ferrari, mas Marchionne, que também é presidente do conselho da Ferrari, insiste que as raízes da empresa continuarão ligadas ao seu país natal independentemente das decisões financeiras.

A Ferrari “continua italiana como sempre”, disse ele no mês passado em um evento da Fiat em uma pista de testes em Balocco, Itália. “Os mercados de capitais são os mercados de capitais”.

São Paulo - O Ferrari World Abu Dhabi é uma parceria da famosa montadora italiana com a Aldar Properties, empresa de desenvolvimento imobiliário mantida por fundos de investimentos locais. O projeto foi lançado no final de 2006 e está em construção na Yas Island, uma das maiores ilhas naturais de Abu Dhabi.O complexo será inaugurado no final de outubro e contará com 200.000 metros quadrados totalmente dedicados aos bólidos vermelhos. O local abrigará atrações como montanhas-russas, uma escola de pilotagem e um museu com os modelos mais famosos da Ferrari.
  • 2. Parque da Ferrari ficará ao lado de autódromo

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    O Ferrari World Abu Dhabi será o primeiro parque temático da montadora italiana. O projeto será instalado ao lado do autódromo de Yas Marina. O circuito foi inaugurado no fim do ano passado, ao receber a última prova de Fórmula 1 da temporada.Outra novidade foi o fato de a prova ser realizada durante o final da tarde. Com isso, a largada foi dada às 17h de Abu Dhabi, com luz natural, e a prova terminou por volta das 18h, com luz artificial.O fato de o circuito ser vizinho do parque da Ferrari não trouxe sorte aos pilotos da escuderia. O finlandês Kimi Raïkkönen terminou a prova em 12º lugar. Seu companheiro de equipe, o italiano Giancarlo Fisichella, chegou em 16º.
  • 3. Formas foram inspiradas na Ferrari GT

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  • Para criar um edifício que refletisse o espírito da marca, o escritório londrino Benoy buscou inspiração nos próprios veículos produzidos pela montadora. As curvas e a cúpula da construção foram inspiradas nas linhas da Ferrari GT.A cobertura será metálica e terá 700 metros de extensão entre suas pontas mais distantes. Sua altura será de 45 metros. Este será o maior parque temático indoor do mundo.
  • 4. Parque terá mais de 20 atrações ligadas à Ferrari

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    O Ferrari World Abu Dhabi foi idealizado pela Aldar Properties para ser a principal isca da Yas Island para atrair turistas de todo o mundo – e também uma das principais desse emirado, que aposta fortemente no turismo para sustentar sua economia. O local contará com mais de 20 atrações.
  • 5. Construção consumiu mais de 10.000 toneladas de aço

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    A construção da estrutura do parque foi concluída em outubro de 2009, após 14 meses de trabalho. A obra consumiu 35.000 metros cúbicos de concreto, 12.370 toneladas de aço e 29.000 metros quadrados de vidro para a fachada.Um dos destaques da estrutura é o funil em aço e vidro que ficará no centro da construção. Além de permitir a iluminação natural, o funil também abrigará uma torre para um brinquedo de queda livre - o Força G.
  • 6. Visitantes poderão despencar de 62 metros

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    O miolo do funil de aço e vidro abrigará o Força G. Trata-se de uma das maiores torres de queda livre do mundo, com 62 metros de altura. Os assentos do brinquedo serão iguais às poltronas da famosa Ferrari Enzo.Para subir, os visitantes serão erguidos a uma velocidade que simula a mesma aceleração gravitacional que os pilotos de Fórmula 1 sentem quando dão a arrancada de seus bólidos. Depois de alguns instantes contemplando a vista de Yas Island, as poltronas despencarão ao sabor da gravidade.
  • 7. A montanha-russa mais veloz do mundo

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    Quando se fala em velocidade, a Ferrari não deseja ficar atrás nem nas atrações que vai oferecer em Abu Dhabi. A Fórmula Rossa pretende ser a montanha-russa mais veloz do mundo. Nela, os visitantes serão acelerados de zero a 100 quilômetros em apenas 2 segundos.O circuito terá 2,07 quilômetros de comprimento e o objetivo é simular a sensação dos pilotos enquanto disputam uma prova de Fórmula 1: fortes arrancadas, deslocamentos bruscos nas curvas e frenagem radical.
  • 8. Quase duas vezes a força da gravidade

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    Para atingir 100 quilômetros por hora em apenas 2 segundos, o carrinho da Fórmula Rossa - que simula um Fórmula 1 - será arremessado com uma força de 10.000 cavalos-de-força. No ponto de maior velocidade, o brinquedo atingirá 240 quilômetros por hora.O carrinho comportará 16 pessoas. O ponto mais alto do circuito terá 52 metros, e haverá curvas e torções com até 70 graus de inclinação. Com a velocidade e os deslocamentos, os visitantes serão submetidos a uma força de até 1,7 G - quase duas vezes a força da gravidade.
  • 9. Equipe unida para divulgar o projeto

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    Os investimentos no projeto são mantidos em segredo por todos os envolvidos: Ferrari, Aldar e Benoy. Embora acreditem no potencial do parque para atrair milhares de visitantes por ano, seus idealizadores não pouparam esforços para divulgá-lo.Além do presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, e do embaixador italiano Paolo Dionisi, os esforços de relações públicas envolveram também a face mais conhecida da montadora: sua equipe de Fórmula 1.
  • 10. Apostando corrida na montanha-russa

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    O Ferrari World Abu Dhabi contará com uma segunda montanha-russa: a GT Challenge. Nela, dois carrinhos serão arremessados em trilhos paralelos para ver qual deles chegará primeiro. A velocidade máxima será de 95 quilômetros por hora, e os carrinhos serão versões da Ferrari F430 Spider.Não. Infelizmente, não haverá pedais de acelerador nos carrinhos para que os visitantes possam controlar sua velocidade. Um computador comandará o brinquedo e será programado para que os carrinhos vençam a corrida aleatoriamente. De qualquer modo, o GT Challenge já é saudado pelos especialistas em montanhas-russas (sim, eles existem) como uma das maiores novidades do mercado.
  • 11. Formando os futuros pilotos de Fórmula 1

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    Essa deixará muito marmanjo com vontade de voltar a ser criança. O parque contará com uma escola de pilotagem para os pequenos. O curso será dado em modelos reduzidos da Ferrari F 430 Spider. Ao concluí-lo, a criançada ganhará uma carteira de piloto personalizada.O melhor, porém, vem depois: o batismo nas pistas. Com a licença em mãos, os baixinhos poderão participar de uma corrida de Fórmula 1 - a Júnior GP. A diferença é que, em vez de várias escuderias, todos competirão com os carros da Ferrari.
  • 12. No coração de uma Ferrari

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    O parque também permitirá que o visitante literalmente mergulhe no interior de uma Ferrari. O V12 será um splash no qual os barquinhos passarão por dentro de um motor de 12 cilindros - o mesmo que equipa os superesportivos fabricados pela montadora italiana.
  • 13. A história da Ferrari por seus protagonistas

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    O parque trará também uma atração mais convencional. Após experimentar as sensações de ser acelerado de todos os modos possíveis, você poderá relaxar visitando a galeria com os modelos que fizeram a história da Ferrari. Será a maior coleção da montadora fora de sua sede, em Maranello, na Itália.Além dos modelos, a galeria contará com telas interativas que fornecerão detalhes sobre cada automóvel e sobre a evolução da marca.
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