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Faturamento das pequenas e médias empresas avança 1,9% em abril, mas indica desaceleração

Segmentos como Comércio e Infraestrutura registraram queda no início do segundo trimestre

e-commerce vendas online empreendedores (TravelCouples/Getty Images)
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 31 de maio de 2023 às 10h27.

Última atualização em 31 de maio de 2023 às 10h28.

O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) mostra que a média do faturamento das pequenas e médias empresas ( PMEs ) brasileiras cresceu 1,9% em abril em relação ao mesmo mês em 2022. O índice, que encerrou oprimeiro trimestre do ano com crescimento de 2,5% na comparação anual, inicia o segundo trimestre com sinais de desaceleração em alguns setores – sobretudo Comércio e Infraestrutura.

Segundo Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, o desempenho do indicador no último mês acompanha também o movimento de acomodação observado na confiança de consumidores, mesmo com o cenário de desinflação mais evidente no país no período recente.

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“O índice de confiança do consumidor da FGV (ICC-FGV) estagnou em abril (cedeu 0,2 pontos), sobretudo diante do aumento do pessimismo das famílias com renda mais baixa. Já o índice de confiança do empresário industrial (ICEI-CNI) mostra uma piora do sentimento com as condições atuais do setor em relação ao mês passado, sobretudo para a indústria de transformação”, diz o especialista.

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O segmentos que mais cresceram e recuaram entre as PMEs

Nos setores monitorados, a movimentação financeira real média foi puxada, especialmente, pelos segmentos de Serviços (+4,1% ante abril de 2022) – ocasionado por ‘Atividades profissionais, científicas e técnicas, ‘Artes, cultura, esporte e recreação’ e ‘Atividades de serviços pessoais’ –, e Indústria (+1,0%) – sendo o segundo mês consecutivo de expansão modesta, liderado por ‘Fabricação de móveis’, ‘Fabricação de autopeças e implementos rodoviários’ e ‘Fabricação de produtos alimentícios’.

Por outro lado, os dados do IODE-PMEs mostraram recuo do Comércio em abril de 2023 (-3,1% ante abril de 2022), após intensa desaceleração já verificada em março (+0,5%). No setor, houvequeda nos segmentos atacadista (-5,1%) e varejista (-1,0%).

“No varejo, observamos a terceira declínio consecutivo na comparação anual. De toda forma, as PMEs do comércio relacionado a veículos viram a média da sua movimentação financeira real mostrar expansão de 10,6% no período, restringindo a queda observada no setor como um todo no último mês”, diz Beraldi.

O IODE-PMEs também mostrou recuo significativo do setor de Infraestrutura no último mês (-11,9%). A queda está diretamente associada ao enfraquecimento dos segmentos ‘Coleta, tratamento e disposição de resíduos; recuperação de materiais’ e ‘Obras de infraestrutura’ – este último, muito afetado pela manutenção das taxas de juros elevadas no País. Na contramão do experimentado pelo setor como um todo, o segmento de ‘Serviços especializados para construção’ segue em crescimento, com destaque para atividades ligadas à obras de acabamento imobiliárias.

“Ainda que o mercado de PMEs tenha mantido ritmo de expansão no início do segundo trimestre do ano, os resultados setoriais começam a mostrar maior heterogeneidade de desempenho entre os grandes setores da economia, com destaque para o protagonismo de Serviços e a perda de fôlego do Comércio”, diz o economista. Beraldi complementa que, ”embora a recuperação da renda observada no decorrer de 2022 seja um alento para o mercado, as condições financeiras ainda apertadas das famílias (alto endividamento e dificuldade de acesso ao crédito) dificultam a performance de diversos segmentos das PMEs”.

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