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Fãs de guitarras Gibson ajudam a tirar ícone do rock da falência

“Somos músicos, nos importamos muito com a marca e vamos protegê-la”, diz Nat Zilkha, da firma financeira KKR, que agora controla a fabricante de guitarras.

Guitarra Gibson (Foto/Getty Images)

Mariana Desidério

Publicado em 7 de outubro de 2018 às 07h00.

Última atualização em 8 de outubro de 2018 às 14h37.

Quando se somou às estrelas das finanças na KKR & Co., Nat Zilkha era literalmente um astro do rock que compôs canções e lançou três álbuns com a banda nova-iorquina Red Rooster.

Agora, 10 anos depois de deixar a banda para se concentrar em seu trabalho principal, Zilkha está novamente com um segundo emprego na indústria musical, desta vez para ajudar a tirar a fabricante de guitarras Gibson Brands da falência.

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A empresa recebeu aprovação de um juiz na terça-feira para deixar a supervisão judicial sob a propriedade da KKR e de outros credores que travaram durante meses uma batalha judicial pelo controle da empresa musical de 124 anos. Se tudo correr conforme o planejado, a empresa reorganizada será lançada no início de novembro. Zilkha, chefe de crédito alternativo da KKR, será membro do conselho.

“Sinto que tenho uma relação pessoal com o produto”, disse Zilkha, 43, em entrevista. “Trata-se de uma ótima marca americana que meio que perdeu o rumo. É quase uma responsabilidade tentar levá-la de volta ao que ela deveria ser.”

A Gibson foi à falência em maio, quatro anos depois de o CEO de longa data Henry Juszkiewicz tentar relançá-la como uma empresa de “estilo de vida musical” com a aquisição, por US$ 135 milhões, de uma unidade da Koninklijke Philips voltada a eletrônicos de consumo e focada em áudio. A Gibson atribuiu o fracasso do negócio a seus problemas financeiros.

Durante as negociações de reestruturação, os credores, entre eles a KKR, pressionaram pela remoção de Juszkiewicz, condição para que investissem novos recursos. A empresa tentou se vender ou se recapitalizar, mas o esforço fracassou e a Gibson, em vez disso, fechou acordo com os credores.

Em falência, a KKR teve que se livrar de credores holdout (que se negam a participar de reestruturações) como a GSO, uma unidade de crédito da Blackstone Group, que pressionava por uma venda. A KKR respondeu insistindo que, a menos que fossem pagos integralmente, pretendia, juntamente com outros credores importantes, se apropriar da Gibson, que tem sede em Nashville, e reorganizar a empresa.

No mês passado, Gibson, KKR e GSO fecharam acordo após reajustar o plano de reorganização para aumentar as recuperações para os credores sem garantia. Elas podem obter até 10,8 por cento do valor nominal, o dobro do máximo previsto nas versões anteriores do plano de saída.

Música favorita

A Gibson terá cerca de 800 funcionários sob o comando de um novo CEO que não havia sido formalmente nomeado até terça-feira. O objetivo agora é convencer os clientes mais fiéis da Gibson de que uma firma financeira como a KKR protegerá uma empresa há muito associada ao nascimento do rock and roll devido ao desenvolvimento da guitarra elétrica.

“Para nós, consolidar a credibilidade que pretendemos oferecer é importante”, disse Zilkha, que coleciona guitarras Gibson e cuja música favorita é o clássico do Allman Brothers Band “In Memory of Elizabeth Reed”. “Somos músicos, nos importamos muito com a marca e vamos protegê-la.”

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