Facebook pagará multa recorde de US$ 5 bi por violação de privacidade
Empresa é acusada pelo governo americano de violação de privacidade
Reuters
Publicado em 24 de julho de 2019 às 10h26.
Washington — O Facebook pagará uma multa recorde de 5 bilhões de dólares para resolver uma investigação do governo sobre suas práticas de privacidade e reestruturará sua abordagem à privacidade, disse a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) nesta quarta-feira.
A FTC votou por 3-2 para adotar o acordo, o que requer a aprovação de um tribunal, mesmo com os democratas afirmando que o acordo não foi suficiente ou não exigiu uma multa grande o suficiente.
"Apesar das repetidas promessas feitas a bilhões de usuários em todo o mundo de que eles poderiam controlar como as informações pessoais são compartilhadas, o Facebook ignorou as escolhas dos consumidores", disse Joe Simons, presidente da FTC, em um comunicado.
Mas o comissário democrata da FTC, Rohit Chopra, disse que a pena fornece "imunidade total" aos executivos do Facebook "e não há restrições reais ao modelo de negócios do Facebook" e "não conserta os principais problemas que levaram a essas violações".
O Facebook se recusou a comentar antes da divulgação do acordo.
Sob o acordo, o conselho do Facebook criará um comitê de privacidade independente que removerá "o controle irrestrito do presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, sobre as decisões que afetam a privacidade do usuário".
O Facebook também concordou em exercer maior supervisão sobre aplicativos de terceiros.
O acordo acontece um dia depois de o Departamento de Justiça dos Estados Unidos ter anunciado na terça-feira que está abrindo uma ampla investigação sobre as principais empresas de tecnologia sobre se elas adotam práticas anticoncorrenciais, no sinal mais forte de que o governo Trump está intensificando seu escrutínio sobre as gigantes de tecnologia.
A investigação analisará "se e como as plataformas online líderes de mercado alcançaram este poder e estão envolvidas em práticas que reduziram a concorrência, sufocaram a inovação ou prejudicaram de alguma forma os consumidores", afirmou o Departamento de Justiça em comunicado.
O Departamento de Justiça não identificou as empresas específicas, mas disse que a investigação iria considerar as preocupações levantadas sobre "ferramentas de busca, mídias sociais, e alguns serviços do varejo online" - uma aparente referência a Google, Amazon, Facebook e, potencialmente, Apple.