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Ex-presidiário sul-coreano vira bilionário graças a tênis Nike

Park Yen-cha construiu um império de mais de 70.000 funcionários fabricando calçados para a Nike

Nike: uma década atrás, o executivo protagonizou um escândalo de corrupção de vários milhões de dólares que envolvia dezenas de políticos (Richard Heathcote/Getty Images)

Nike: uma década atrás, o executivo protagonizou um escândalo de corrupção de vários milhões de dólares que envolvia dezenas de políticos (Richard Heathcote/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2017 às 18h25.

Seul/Cingapura - Não faltam exemplos de empresários bilionários que foram condenados à prisão e voltaram aos altos escalões das empresas coreanas. Durante a última década, eles incluíram os presidentes da Samsung Group, da SK Group e da Hyundai Motor Group.

Agora, outro titã do tipo entra no conjunto dos bilionários: Park Yen-cha, que construiu um império de mais de 70.000 funcionários fabricando calçados para a Nike. A Taekwang Industrial, que vem produzindo tênis Nike desde o final da década de 1980, aproveitou a tendência de transferir a produção para o exterior e agora fabrica todos os seus pares da Nike — 60 milhões, ou 12 por cento de todos os pares da Nike vendidos no ano passado — no Vietnã, na Indonésia e na China.

Ele agora está inserindo sua empresa em um modelo de conglomerado, junto com negócios como a geração de energia e a produção de fertilizantes, e poderia adquirir uma participação em uma operadora portuária.

Park tem um patrimônio líquido de US$ 1,3 bilhão, segundo o Bloomberg Billionaires Index, baseado principalmente na avaliação da Taekwang. Park e seus filhos são donos de 98,4 por cento da Taekwang, de acordo com um relatório da empresa. Park também tem participações, diretas e através da Taekwang e de membros de sua família, na fabricante de canos de plástico Jeongsan Aikang e na Huchems Fine Chemical, uma filial da Taekwang em que é presidente do conselho.

Não foi o sucesso com a Nike que colocou Park no centro das atenções. Uma década atrás, ele protagonizou um escândalo de corrupção de vários milhões de dólares que envolvia dezenas de políticos, incluindo o ex-presidente Roh Moo-hyun, que se suicidou em 2009 depois de ter sido questionado sobre alegações de que seus familiares aceitaram milhões em subornos de Park. Em 2011, Park, cujo nome também pode ser soletrado Yeon-cha, foi condenado a 30 meses de prisão por sonegação fiscal e suborno envolvendo outras autoridades.

Gerentes profissionais

Enquanto Park esteve preso, a Taekwang contratou gerentes profissionais para dirigir a empresa, mas Park continuou tomando decisões de negócios importantes, comunicando-as aos executivos da Taekwang durante as visitas à prisão. A empresa registrou crescimento de receita de mais de 20 por cento a cada ano durante o tempo em que Park esteve na prisão.

Após ser solto em 2014, Park retornou ao comando da Taekwang. De seus quatro filhos, apenas um, que está na casa dos 30 anos e é considerado o herdeiro aparente, atualmente tem um papel de gerência na empresa. A receita, que cresceu 14,5 por cento no ano passado, para 1,82 trilhão de wons (US$ 1,6 bilhão), quase dobrou desde 2011.

Um porta-voz da Taekwang não quis fazer comentários sobre o patrimônio líquido de Park.

Fundada em 1971, a Taekwang estava entre as centenas de empresas de calçados que transformaram Busan, a segunda maior cidade da Coreia do Sul, na capital mundial dos tênis durante os anos 1970 e 1980. Varejistas de esportes globais, como Nike, Adidas e Reebok International, voltaram-se às fábricas sul-coreanas de calçados, atraídas principalmente pela mão de obra, abundante e de baixo custo, e pela alta produção das fábricas.

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