EUA impõem multa de US$ 1 bilhão ao banco Wells Fargo por negligências
O banco admitiu ter cobrado seguros de automóvel de clientes que não necessitavam, o que levou a perda de veículos e cobrança de taxas incorretas
EFE
Publicado em 20 de abril de 2018 às 11h56.
Washington - As autoridades reguladoras dos Estados Unidos multaram em US$ 1 bilhão o banco Wells Fargo por negligência em sua gestão de hipotecas e seguros para automóveis, a maior pena a uma entidade financeira imposta sob o Governo de Donald Trump.
A multa ditada a Wells Fargo, que segundo o Federal Reserv (Fed) é a segunda entidade bancária americana por ativos, foi anunciada nesta sexta-feira pelo Agência de Proteção Financeira ao Consumidor (CFPB, em inglês) e o Escritório do Controlador de Moeda (OCC, em inglês).
"Sempre dissemos que faremos cumprir a lei e isso é o que fizemos aqui", disse Mick Mulvaney, diretor da CFPB, ao anunciar a sanção.
Wells Fargo reconheceu que tinha cobrado de milhares de clientes seguros de automóvel que não necessitavam, o que levou a alguns deles perder seus veículos por não devolver os empréstimos; e que tinha imposto a alguns clientes taxas incorretas pela gestão de suas hipotecas.
"Ainda que temos mais trabalho para fazer, estas medidas afirmam que compartilhamos as mesmas prioridades que os nossos reguladores e que estamos comprometidos a trabalhar com eles à medida que cumprimos nossas metas com zelo, responsabilidade e transparência", afirmou Tim Sloan, conselheiro delegado da entidade em um comunicado.
A multa sginifica um novo golpe à reputação do banco, em um momento no qual trata de se recuperar de um escândalo ocorrido há dois anos pela abertura de milhões de contas sem a autorização dos seus clientes.
Em fevereiro, o Federal Reserv (Fed) limitou a expansão de Wells Fargo após constatar uma "má conduta generalizada e persistente" em relação com esse escândalo.
O Fed obrigou o Wells Fargo a manter um ativo não superior os US$ 1,95 trilhão. Ao fechamento de setembro, segundo dados do Fed, o banco tinha US$ 1,74 trilhão em ativos, abaixo dos US$ 2,15 trilhões do JPMorgan Chase.