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EUA: AT&T obtém aprovação para comprar Time Warner por US$85 bi

Fusão das companhias será a quarta maior já realizada pela indústria global de telecomunicações, mídia e entretenimento

AT&T: decisão também poderá disparar uma cascata de operações de compra de produtores de conteúdo por empresas de TV paga (Mario Anzuoni/Reuters)

AT&T: decisão também poderá disparar uma cascata de operações de compra de produtores de conteúdo por empresas de TV paga (Mario Anzuoni/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de junho de 2018 às 18h57.

Última atualização em 12 de junho de 2018 às 18h59.

Washington - O grupo de telecomunicações AT&T obteve aprovação da Justiça dos Estados Unidos para comprar o grupo de mídia Time Warner por 85 bilhões de dólares, sem condições, o que permitirá à AT&T competir com companhias de internet como Netflix e Google.

A aprovação do negócio é considerado como um ponto de virada para a indústria da mídia que passou a sofrer concorrência de rivais online que produzem seu próprio conteúdo e o vendem diretamente aos consumidores, sem precisarem de empresas de TV paga.

Distribuidores, incluindo empresas de cabo, satélite e de transmissão sem fio, consideram que a compra de companhias de conteúdo é uma forma de acrescentarem receitas às suas operações.

A decisão também poderá disparar uma cascata de operações de compra de produtores de conteúdo por parte de empresas de TV paga. A Comcast pode ser a primeira, com uma oferta por ativos da Twenty-First Century Fox.

A fusão da AT&T e Time Warner, cujo valor inclui dívidas, será a quarta maior já realizada pela indústria global de telecomunicações, mídia e entretenimento, segundo dados da Thomson Reuters. O negócio também será o 12º maior de qualquer setor, segundo os dados.

"Eu concluo que o governo fracassou em demonstrar a validade de seus argumentos", disse o juiz distrital Richard Leon, na decisão que permitiu a compra da Time Warner pela AT&T. Ele afirmou que os argumentos do governo norte-americano foram fracos.

O Departamento de Justiça dos EUA tinham aberto um processo para impedir o acordo entre as duas empresas em novembro do ano passado, afirmando que o controle pela AT&T da DirecTV e da Time Warner dará ao grupo de telecomunicações uma vantagem injusta contra rivais de TV a cabo que dependem de contéudos da Time Warner, que incluem a rede de notícias CNN e o seriado "Game of Thrones".

A AT&T afirmou no processo que a compra da Time Warnerpermitirá obter informações sobre os consumidores necessárias para anúncios publicitários digitais dirigidos, como fazem empresas como Facebook e Google.

O governo dos EUA estimou no processo que os custos de rivais da AT&T, como a Charter Communications, vão subir em 580 milhões de dólares se a empresa comprar a Time Warner.

O acerto entre AT&T e Time Warner custou o emprego do principal lobista da AT&T, Bob Quinn. Em maio, foi tornado público que a AT&T pagou 600 mil dólares ao advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Michael Cohen, para ter conselhos sobre como conseguir aprovação do negócio.

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