Estrangeiros mantêm aposta no Japão apesar de alarme nuclear
"Os negócios continuam" se tornou o lema de muitas grandes empresas em Tóquio
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2011 às 11h27.
Tóquio - Apesar de um panorama de notícias alarmistas e a incerteza sobre a crise nuclear de Fukushima, parte do setor empresarial estrangeiro reforçou seu compromisso com o Japão, confiante na capacidade de recuperação da terceira maior economia mundial.
"Os negócios continuam" é o lema de muitas grandes empresas internacionais em Tóquio após a debandada inicial gerada pela incerta situação na usina de energia atômica de Fukushima, que levou um bom número de executivos estrangeiros a deixar precipitadamente a cidade e inclusive o país.
A luta para controlar os quatro reatores com problemas em Fukushima ainda deve ser longa e complicada, mas cada vez é maior o número de empresas que, após o pânico inicial, começam a dar sinais de que permanecerão no Japão.
Gigantes do mundo financeiro como Goldman Sachs, JP Morgan Chase e Morgan Stanley enviaram seus diretores a Tóquio nos últimos dias para se certificarem que suas operações prosseguem normalmente e, de quebra, mostrar que não têm intenção de deixar sua rentável parcela japonesa.
O diretor-executivo do banco Credit Suisse, Brady Dougan, declarou ao jornal econômico "Nikkei" que a entidade não reduzirá sua presença no Japão, seja quais forem as circunstâncias, e que a assistência aos clientes e as operações de mercado continuarão como de costume.
Entre as companhias aéreas, enquanto muitas se preparam para uma queda temporária no número de turistas ao Japão, a empresa de baixo custo Air Asia revelou que não interromperá seus planos de expansão no país, onde desembarcou em dezembro com a rota Tóquio-Kuala Lumpur.
O presidente de Air Asia, Tony Fernandes, afirmou que este é o momento de estar com o Japão e que, após o impacto inicial, o turismo será capaz de se recuperar, como aconteceu com outras crises.
O alarme gerado pelas radiações em torno da central de Fukushima, ecoado além das fronteiras japonesas, alcançou algumas companhias de transporte marítimo, como o gigante Hapag-Lloyd AG, que vem evitando os portos de Yokohama e Tóquio, a cerca de 250 quilômetros da usina nuclear.
Sua decisão, no entanto, não provocou uma reação em cadeia: outras grandes empresas do setor, como A.P. Moeller/Maersk, Mediterranean Shipping e Evergreen Marine anunciaram que mantiveram suas rotas tanto a Tóquio como a Yokohama, os dois portos com maior atividade do país asiático.
Apesar de muitos estrangeiros terem abandonado precipitadamente Tóquio em um primeiro momento, muitas empresas e embaixadas reabriram suas portas nesta metrópole de mais de 30 milhões de habitantes.
Após o desastre, 24 embaixadas foram transferidas provisoriamente de Tóquio à espera de que a situação em Fukushima fosse esclarecida e, destas, ao menos 17 já retomaram suas atividades na capital.
Uma delas é a da França, país que falou de "catástrofe nuclear" e cujo presidente, Nicolas Sarkozy, será nesta quinta-feira o primeiro governante a fazer uma visita oficial a Tóquio após o desastre.
Diante da amplitude da repercussão da crise nuclear fora do Japão - que segue vivendo o desastre humanitário representado pelo tsunami, com 27.500 mortos e desaparecidos -, o Governo japonês insiste que vem divulgando informações com a maior transparência para que o ocorrido não seja superestimado.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores japonês disse nesta quarta-feira à Agência Efe que é "compreensível" que se expresse a preocupação fora do Japão, embora tenha pedido "responsabilidade" na hora de informar sobre a radiação e a instável situação em Fukushima.
O Governo japonês também fez um apelo ao comedimento para organismos como a Organização Mundial do Comércio (OMC), à qual pediu que se atenha aos resultados das provas científicas antes de tomar ações "excessivas" contra seus produtos agrícolas.
O Executivo insistiu que os alimentos com risco de contaminação já foram bloqueados no Japão, onde as autoridades proibiram a distribuição de vários artigos procedentes de Fukushima e das províncias vizinhas.
Tóquio - Apesar de um panorama de notícias alarmistas e a incerteza sobre a crise nuclear de Fukushima, parte do setor empresarial estrangeiro reforçou seu compromisso com o Japão, confiante na capacidade de recuperação da terceira maior economia mundial.
"Os negócios continuam" é o lema de muitas grandes empresas internacionais em Tóquio após a debandada inicial gerada pela incerta situação na usina de energia atômica de Fukushima, que levou um bom número de executivos estrangeiros a deixar precipitadamente a cidade e inclusive o país.
A luta para controlar os quatro reatores com problemas em Fukushima ainda deve ser longa e complicada, mas cada vez é maior o número de empresas que, após o pânico inicial, começam a dar sinais de que permanecerão no Japão.
Gigantes do mundo financeiro como Goldman Sachs, JP Morgan Chase e Morgan Stanley enviaram seus diretores a Tóquio nos últimos dias para se certificarem que suas operações prosseguem normalmente e, de quebra, mostrar que não têm intenção de deixar sua rentável parcela japonesa.
O diretor-executivo do banco Credit Suisse, Brady Dougan, declarou ao jornal econômico "Nikkei" que a entidade não reduzirá sua presença no Japão, seja quais forem as circunstâncias, e que a assistência aos clientes e as operações de mercado continuarão como de costume.
Entre as companhias aéreas, enquanto muitas se preparam para uma queda temporária no número de turistas ao Japão, a empresa de baixo custo Air Asia revelou que não interromperá seus planos de expansão no país, onde desembarcou em dezembro com a rota Tóquio-Kuala Lumpur.
O presidente de Air Asia, Tony Fernandes, afirmou que este é o momento de estar com o Japão e que, após o impacto inicial, o turismo será capaz de se recuperar, como aconteceu com outras crises.
O alarme gerado pelas radiações em torno da central de Fukushima, ecoado além das fronteiras japonesas, alcançou algumas companhias de transporte marítimo, como o gigante Hapag-Lloyd AG, que vem evitando os portos de Yokohama e Tóquio, a cerca de 250 quilômetros da usina nuclear.
Sua decisão, no entanto, não provocou uma reação em cadeia: outras grandes empresas do setor, como A.P. Moeller/Maersk, Mediterranean Shipping e Evergreen Marine anunciaram que mantiveram suas rotas tanto a Tóquio como a Yokohama, os dois portos com maior atividade do país asiático.
Apesar de muitos estrangeiros terem abandonado precipitadamente Tóquio em um primeiro momento, muitas empresas e embaixadas reabriram suas portas nesta metrópole de mais de 30 milhões de habitantes.
Após o desastre, 24 embaixadas foram transferidas provisoriamente de Tóquio à espera de que a situação em Fukushima fosse esclarecida e, destas, ao menos 17 já retomaram suas atividades na capital.
Uma delas é a da França, país que falou de "catástrofe nuclear" e cujo presidente, Nicolas Sarkozy, será nesta quinta-feira o primeiro governante a fazer uma visita oficial a Tóquio após o desastre.
Diante da amplitude da repercussão da crise nuclear fora do Japão - que segue vivendo o desastre humanitário representado pelo tsunami, com 27.500 mortos e desaparecidos -, o Governo japonês insiste que vem divulgando informações com a maior transparência para que o ocorrido não seja superestimado.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores japonês disse nesta quarta-feira à Agência Efe que é "compreensível" que se expresse a preocupação fora do Japão, embora tenha pedido "responsabilidade" na hora de informar sobre a radiação e a instável situação em Fukushima.
O Governo japonês também fez um apelo ao comedimento para organismos como a Organização Mundial do Comércio (OMC), à qual pediu que se atenha aos resultados das provas científicas antes de tomar ações "excessivas" contra seus produtos agrícolas.
O Executivo insistiu que os alimentos com risco de contaminação já foram bloqueados no Japão, onde as autoridades proibiram a distribuição de vários artigos procedentes de Fukushima e das províncias vizinhas.