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Este é o maior medo de executivos no mundo, diz o Fórum Econômico Mundial

Pesquisa ouviu 350 executivos seniores das maiores multinacionais do mundo sobre suas preocupações e a crise do coronavírus para os próximos 18 meses

Home office: problemas de TI e segurança das redes corporativas é uma das maiores preocupações dos executivos ouvidos em relatório do Fórum Econômico Mundial (Stefano Guidi/Getty Images)

Home office: problemas de TI e segurança das redes corporativas é uma das maiores preocupações dos executivos ouvidos em relatório do Fórum Econômico Mundial (Stefano Guidi/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 19 de maio de 2020 às 16h09.

Última atualização em 19 de maio de 2020 às 18h44.

As empresas mundo afora enfrentarão meses turbulentos no restante de 2020, que ainda irão impactar os anos seguintes diante da crise causada pelo novo coronavírus. Mas as preocupações dos executivos das principais companhias do mundo vão além da recuperação de suas próprias empresas.

Uma pesquisa anual do Fórum Econômico Mundial ouviu em abril deste ano 350 executivos seniores das principais multinacionais em todas as regiões do mundo. O estudo foi feito em parceria com as consultorias de risco Marsh & McLennan Companies e Zurich Insurance Group.

Os executivos foram questionados sobre quais eram os maiores riscos que viam nos próximos 18 meses para o mundo e para suas próprias empresas. O ponto mais mencionado foi a possibilidade de uma recessão econômica prolongada na economia global, apontado como o "mais provável" de acontecer por quase 70% dos entrevistados e também como o fator mais preocupante para as próprias empresas e para o mundo.

Mas, para além da recessão, a segunda maior preocupação dos executivos foi de um aumento no número de falências de grandes empresas e pequenos e médios negócios (PMEs) seguida por uma onda de consolidação da indústria. Esse ponto foi a segunda maior preocupação dos executivos relacionado a suas próprias empresas (53%).

Na prática, o temor dos executivos com o que chamam de consolidação é que as grandes companhias do mercado -- e, talvez, algumas das poucas que consigam passar pela crise sem grandes problemas -- acabem por concentrar a concorrência.

A concentração da concorrência virou tema de debate sobretudo nos Estados Unidos. A senadora Elizabeth Warren e a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, duas estrelas do partido democrata, apresentaram um projeto para proibir grandes empresas de comprar pequenos negócios em apuros em meio à pandemia do coronavírus. O projeto é batizado de Ato Anti-Monopólio na Pandemia.

Por fim, a terceira maior preocupação dos executivos relacionada a suas empresas vem da alta no home office e dos desafios da tecnologia: 50% dos entrevistados respondeu que teme ciberataques e fraudes devido a uma mudança permanente nos padrões de trabalho. Esta foi uma preocupação específica para as empresas, mas não foi mencionada pelos executivos como um dos maiores temores para o mundo ou um dos cinco cenários mais prováveis.

Das preocupações para empresas, o que o relatório chama de "colapso de infraestruturas de TI e redes" também aparece em 11º entre as preocupações, apontada por 29% dos entrevistados.

Colocar milhares de funcionários em home office não é tarefa trivial. Um exemplo dos desafios desse processo no Brasil veio com a Petrobrás, maior companhia brasileira e que, por tabela, lidera uma das maiores experiências de trabalho remoto no Brasil. Só na petroleira, são mais de 20.000 funcionários de casa, muitos lidando com informação altamente sensível e que exige investimentos de tecnologia para serem operadas, como mostrou reportagem da EXAME em abril.

Completam a lista das seis maiores preocupações dos executivos relacionados a suas empresas a dificuldade das indústrias e setores em alguns países para se recuperar da pandemia, a disrupção das cadeias logísticas globais e a restrição de pessoas e comércio entre países.

As restrição de circulação foi um dos pontos comentados pelos organizadores na conferência que apresentou o estudo. O diretor executivo da Marsh & McLennan, Richard Smith-Bingham, acredita que reações de protecionismo devem se intensificar. Ele lembrou que meses antes da pandemia o mundo assistia a processos como a guerra comercial entre Estados Unidos e China e o Brexit, saída do Reino Unido da União Europeia, além do crescimento de movimentos protecionistas e nacionalistas. “São coisas que vão acelerar com a covid-19”, salientou.

O último colocado na lista das seis maiores preocupações dos executivos em relação a suas empresas é um novo surto de covid-19 "ou de outra doença infecciosa", segundo descreve o relatório. Um novo surto é apontado por somente 35% dos entrevistados como um dos mais preocupantes para suas empresas. Já para o mundo, este ponto é o terceiro mais preocupante, na visão dos empresários. Mas também não está entre os seis mais prováveis para os executivos.

Veja nos gráficos abaixo os pontos considerados mais preocupantes pelos executivos para suas empresas e o mundo, além dos cenários que consideram mais prováveis de ocorrer nos próximos 18 meses. Os resultados completos da pesquisa, incluindo outras preocupações mencionadas nas entrevistas, estão neste link.

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