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Essa fintech acaba de captar R$ 8 milhões para ajudar brasileiros a investir no exterior

É a segunda captação que a empresa faz em menos de um ano; dinheiro será usado principalmente em tecnologia

Cristina Teixeira, CEO da Astride: empresa passará a prestar consultoria também para pessoas físicas (Astride/Divulgação)
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 24 de junho de 2024 às 10h00.

Em 2020, com os juros nos seus menores patamares históricos, houve uma correria de investidores para realocarem seus investimentos em opções mais rentáveis, principalmente em renda variável. O número de investidores na Bolsa saltou 1,5 milhão.

Houve também quem olhou para fora do país, aportando seu capital em terras estrangeiras.

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Foi esse movimento que a fintech Astride olhou para acelerar sua participação no Brasil. Com sede nos Estados Unidos e há 28 anos no mercado, a startup oferece consultoria tributária para quem quer investir fora do Brasil.O serviço é todo digitalizado e por uma plataforma online.

Depois de ter levantado 3 milhões de reais ano passado para acelerar a tecnologia, a fintech acaba de concluir uma rodada de 8 milhões de reais. O aporte foi liderado pela Kiara Capital, fundada por Michael Esrubilsky e Daniel Arippol.

O dinheiro será usado principalmente para fazer com que a fintech consiga se integrar mais facilmente aos bancos que oferecem a consultoria da Astride para os clientes. Isso porque a empresa funciona num modelo em que a principal entrada de receita é pelos clientes desses bancos. Na lista de parcerias está oInteractive Brokers e oBTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME).

Veja a lista com aportes em startups em 2024

Como a Astride funciona

Com 28 anos de mercado, a Astride trabalha dando consultoria, principalmente tributária, a investidores que querem colocar parte do seu dinheiro nos Estados Unidos. Na prática, a empresa ajuda os investidores a criarem e manterem offshores para seus investimentos fora do Brasil.

As offshores são empresas que investidores criam para fazer a gestão de seu dinheiro fora do Brasil. Geralmente seu uso é atribuído a questões fiscais, uma vez que é possível usar os rendimentos para reinvestir dentro da própria empresa sem tributação. Nesse movimento, ele paga o imposto quando transfere o dinheiro para uma conta pessoa física.

Essa consultoria e orientação, na Astride, é feita de maneira digital, o que, segundo Cristina Teixeira, CEO da empresa, reduz os custos operacionais.

"No passado, investir no exterior era um privilégio de milionários", fala. "Nosso objetivo é desmistificar essa ideia e atender a todos que desejam proteger seu patrimônio, oferecendo uma plataforma que combina tecnologia com taxas competitivas para o investidor comum".

Desde o último aporte, em dezembro do ano passado, a fintech obteve um crescimento de 300% em sua base de clientes, além de um aumento de 250% em seu valor transacionado - que já ultrapassou a marca de 4 milhões de reais.

Quais são os novos desafios

Diferente do cenário de 2020, a taxa básica de juro no país está bem mais elevada do que os 2% daquela época. Investidores mais conservadores voltaram sua atenção para renda fixa.

A fotografia econômica dos Estados Unidos, porém, também mudou. Os juros por lá estão altos, o que, também, atrai investidores focados num rendimento atrelado a uma moeda forte.

A Astride olha para todos esses cenários na estratégia de crescimento, que está muito focada em parceria com instituições financeiras brasileiras.

"Os bancos são nosso principal canal de venda", diz Teixeira.

Agora, com o novo aporte, um novo modelo de negócio entra no radar, porém. O de prestar consultoria para pessoas físicas, e não apenas para empresas offshore.

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"Decidimos oferecer nossos serviços para investidores pessoas físicas que tenham contas individuais, e não apenas aqueles que investem através de uma empresa offshore, pois entendemos que esse é um público que também precisa de suporte contábil e tributário, principalmente após a aprovação da nova lei que tributa os rendimentos de investimentos no exterior. Notamos um aumento na procura por serviços dessa natureza e uma carência de apoio nesse processo”, afirma.

Para os próximos anos, a meta é expandir a operação para outros países da América Latina. Além disso, a fintech deseja lançar aAstridePortugal, com funcionalidades semelhantes voltadas para consultoria contábil internacional. Inicialmente, o braço lusitano será destinado a brasileiros que residem no país.

A meta da empresa é fechar o ano com 1.000 clientes. No início de 2024, eram 250.

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