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Escândalo Olympus projeta sombra nas empresas japonesas

Analistas acreditam que empresa pode perder clientes devido à fraude

O presidente da Olympus Shuichi Takayama se inclina, em sinal de desculpas, durante entrevista à imprensa, em Tóquio (Yoshikazu Tsuno/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2011 às 17h30.

Tóquio - As revelações sobre faltas na administração financeira da fabricante japonesa de câmeras fotográficas Olympus prejudicam não apenas a imagem da empresa, mas podem enlamear a reputação de outras firmas japonesas, aos olhos dos investidores estrangeiros.

A Olympus admitiu ter maquiado suas contas para ocultar prejuízos colossais em investimentos financeiros de risco nos anos 90, agravando o escândalo que mancha a imagem da empresa e derruba suas ações na Bolsa. O dinheiro oficialmente declarado para aquisições, serviu, na realidade, para diminuir o passivo de suas contas.

"O escândalo poderá prejudicar as vendas de câmeras fotográficas", considerou Nanako Imazu, da empresa de corretagem CLSA.

Os hospitais aos quais o grupo fornece endoscópios, uma de suas especialidades, "podem hesitar em voltar a fazer negócios com uma empresa tão mal administrada", acrescentou.

Com investigações no Japão, Reino Unido e nos Estados Unidos, a Olympus está com sua cotação ameaçada de cancelamento na Bolsa de Tóquio, ao mesmo tempo em que o valor de sua ação perdeu 80% desde 14 de outubro, quando o escândalo chegou à tona.

O professor de economia Yasuyoshi Masuda confessa ter ficado "surpreso com a amplidão" da fraude, com duas décadas de operações complexas avaliadas em um bilhão de euros, segundo a empresa nipônica.

Segundo ele, algumas empresas japonesas, que realizaram investimentos duvidosos nos anos 80 e tiveram prejuízos mais tarde, conseguiram, no conjunto, "sanear seus métodos de gestão, de acordo com as regulações mais estritas editadas após o ano 2000".

Antes, uma empresa poderia manter em sua contabilidade o mesmo valor de compra de um ativo financeiro, mesmo se seu preço tivesse caído muito com o tempo. Agora, são obrigadas a atualizar regularmente os preços de seus bens.

No entanto, as empresas nipônicas conservam "uma cultura de segredo e de falta de transparência para os olhos ocidentais", considera James Lawden, presidente do comitê de assuntos jurídicos da Câmara de Comércio europeu do Japão (ECB).

"Somem a isto o culto à harmonia que dissuade qualquer tumulto e a lealdade dos empregados japoneses a sua empresa, obtendo-se um coquetel que favorece o caso Olympus", prosseguiu.

Para melhorar a governança das empresas nipônicas, Lawden sugeriu reforçar a independência dos encarregados da contabilidade nos conselhos de administração.

Nesta sexta-feira, o governo mostrou-se publicamente comovido com a situação negativa dos negócios nipônicos.

"É triste ver investidores, tanto no Japão, como no exterior, questionar a equidade e a transparência do mercado japonês", lamentou o ministro delegado dos Serviços Financeiros, Shozaburo Jimi.

Muitos investidores estrangeiros alarmados retiraram aplicações feitas em algumas empresas nipônicas, temendo que o caso Olympus seja, apenas, a ponta de um iceberg.

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Tóquio - As revelações sobre faltas na administração financeira da fabricante japonesa de câmeras fotográficas Olympus prejudicam não apenas a imagem da empresa, mas podem enlamear a reputação de outras firmas japonesas, aos olhos dos investidores estrangeiros.

A Olympus admitiu ter maquiado suas contas para ocultar prejuízos colossais em investimentos financeiros de risco nos anos 90, agravando o escândalo que mancha a imagem da empresa e derruba suas ações na Bolsa. O dinheiro oficialmente declarado para aquisições, serviu, na realidade, para diminuir o passivo de suas contas.

"O escândalo poderá prejudicar as vendas de câmeras fotográficas", considerou Nanako Imazu, da empresa de corretagem CLSA.

Os hospitais aos quais o grupo fornece endoscópios, uma de suas especialidades, "podem hesitar em voltar a fazer negócios com uma empresa tão mal administrada", acrescentou.

Com investigações no Japão, Reino Unido e nos Estados Unidos, a Olympus está com sua cotação ameaçada de cancelamento na Bolsa de Tóquio, ao mesmo tempo em que o valor de sua ação perdeu 80% desde 14 de outubro, quando o escândalo chegou à tona.

O professor de economia Yasuyoshi Masuda confessa ter ficado "surpreso com a amplidão" da fraude, com duas décadas de operações complexas avaliadas em um bilhão de euros, segundo a empresa nipônica.

Segundo ele, algumas empresas japonesas, que realizaram investimentos duvidosos nos anos 80 e tiveram prejuízos mais tarde, conseguiram, no conjunto, "sanear seus métodos de gestão, de acordo com as regulações mais estritas editadas após o ano 2000".

Antes, uma empresa poderia manter em sua contabilidade o mesmo valor de compra de um ativo financeiro, mesmo se seu preço tivesse caído muito com o tempo. Agora, são obrigadas a atualizar regularmente os preços de seus bens.

No entanto, as empresas nipônicas conservam "uma cultura de segredo e de falta de transparência para os olhos ocidentais", considera James Lawden, presidente do comitê de assuntos jurídicos da Câmara de Comércio europeu do Japão (ECB).

"Somem a isto o culto à harmonia que dissuade qualquer tumulto e a lealdade dos empregados japoneses a sua empresa, obtendo-se um coquetel que favorece o caso Olympus", prosseguiu.

Para melhorar a governança das empresas nipônicas, Lawden sugeriu reforçar a independência dos encarregados da contabilidade nos conselhos de administração.

Nesta sexta-feira, o governo mostrou-se publicamente comovido com a situação negativa dos negócios nipônicos.

"É triste ver investidores, tanto no Japão, como no exterior, questionar a equidade e a transparência do mercado japonês", lamentou o ministro delegado dos Serviços Financeiros, Shozaburo Jimi.

Muitos investidores estrangeiros alarmados retiraram aplicações feitas em algumas empresas nipônicas, temendo que o caso Olympus seja, apenas, a ponta de um iceberg.

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