Escândalo com jornal reduz influência política de Murdoch
Murdoch decidiu interromper a circulação do News of the World por causa das suspeitas de que seus profissionais fizeram escutas telefônicas ilegais
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2011 às 12h23.
Londres - O fechamento do jornal mais vendido da Grã-Bretanha deve enfraquecer a influência política do magnata Rupert Murdoch no país, pelo menos em curto prazo, depois do escândalo de grampos telefônicos que abalou também a imagem do primeiro-ministro David Cameron.
Murdoch decidiu interromper a circulação do News of the World por causa das suspeitas de que seus profissionais fizeram escutas telefônicas ilegais, inclusive de uma menina assassinada e de soldados mortos em guerras.
A revelação causou indignação na opinião pública e foi tema de uma rara sessão de emergência do Parlamento na quarta-feira. Campanhas surgiram na Internet convocando um boicote à publicação, que tinha 168 anos de idade, e várias empresas haviam dito que não anunciariam mais no jornal.
O australiano Murdoch é proprietário também do popular tabloide Sun, do influente The Times e do canal de TV Sky, entre outros. Políticos como Cameron e o ex-premiê Tony Blair costumavam cortejá-lo ativamente. Blair teria inclusive viajado à Austrália antes de uma eleição para um beija-mão.
"Os políticos estão desesperados para se distanciarem do império Murdoch", disse Jonathan Tonge, professor de Ciência Política na Universidade de Liverpool.
"O legado disso em longo prazo é que nenhum político irá jamais querer ser visto como próximo demais de editores de jornais ou conglomerados de mídia. É simplesmente perigoso demais", acrescentou Tonge, que calcula que os jornais impressos - apesar da atual queda na circulação - ainda determinam os votos de 5 por cento do eleitorado. Em 2009, o Sun apoiou Cameron.
"Em curto prazo, políticos de todos os matizes que vinham se mostrando muito ávidos por terem a mídia de Murdoch ao seu lado podem querem se distanciar", disse Andrew Russell, conferencista de política na Universidade de Manchester.
Em longo prazo, no entanto, analistas consideram que o império midiático de Murdoch é grande e poderoso demais para ser ignorado por políticos ambiciosos. A maioria dos especialistas em imprensa considera também que logo aparecerá um substituto para o News of the World.
"Murdoch é um homem difícil de mais de resistir, por controlar tanto da mídia ... Claramente haverá mais cuidado, mas eu ainda não escreveria uma matéria dizendo que este é o fim da influência política de Murdoch", afirmou Ivor Gaber, professor de jornalismo político na City University.
Londres - O fechamento do jornal mais vendido da Grã-Bretanha deve enfraquecer a influência política do magnata Rupert Murdoch no país, pelo menos em curto prazo, depois do escândalo de grampos telefônicos que abalou também a imagem do primeiro-ministro David Cameron.
Murdoch decidiu interromper a circulação do News of the World por causa das suspeitas de que seus profissionais fizeram escutas telefônicas ilegais, inclusive de uma menina assassinada e de soldados mortos em guerras.
A revelação causou indignação na opinião pública e foi tema de uma rara sessão de emergência do Parlamento na quarta-feira. Campanhas surgiram na Internet convocando um boicote à publicação, que tinha 168 anos de idade, e várias empresas haviam dito que não anunciariam mais no jornal.
O australiano Murdoch é proprietário também do popular tabloide Sun, do influente The Times e do canal de TV Sky, entre outros. Políticos como Cameron e o ex-premiê Tony Blair costumavam cortejá-lo ativamente. Blair teria inclusive viajado à Austrália antes de uma eleição para um beija-mão.
"Os políticos estão desesperados para se distanciarem do império Murdoch", disse Jonathan Tonge, professor de Ciência Política na Universidade de Liverpool.
"O legado disso em longo prazo é que nenhum político irá jamais querer ser visto como próximo demais de editores de jornais ou conglomerados de mídia. É simplesmente perigoso demais", acrescentou Tonge, que calcula que os jornais impressos - apesar da atual queda na circulação - ainda determinam os votos de 5 por cento do eleitorado. Em 2009, o Sun apoiou Cameron.
"Em curto prazo, políticos de todos os matizes que vinham se mostrando muito ávidos por terem a mídia de Murdoch ao seu lado podem querem se distanciar", disse Andrew Russell, conferencista de política na Universidade de Manchester.
Em longo prazo, no entanto, analistas consideram que o império midiático de Murdoch é grande e poderoso demais para ser ignorado por políticos ambiciosos. A maioria dos especialistas em imprensa considera também que logo aparecerá um substituto para o News of the World.
"Murdoch é um homem difícil de mais de resistir, por controlar tanto da mídia ... Claramente haverá mais cuidado, mas eu ainda não escreveria uma matéria dizendo que este é o fim da influência política de Murdoch", afirmou Ivor Gaber, professor de jornalismo político na City University.