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Escalada da Amazon faz Bezos ganhar US$ 10 milhões por hora

Fundador da Amazon ficou 88 bilhões de dólares mais rico nos últimos 12 meses

Escalada das ações da Amazon alçou seu fundador, Jeff Bezos, ao posto de homem mais rico do mundo (Mike Segar/Reuters)

Escalada das ações da Amazon alçou seu fundador, Jeff Bezos, ao posto de homem mais rico do mundo (Mike Segar/Reuters)

LA

Lucas Amorim

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 13h31.

Última atualização em 4 de setembro de 2018 às 13h38.

A escalada das ações da varejista online Amazon alçou seu fundador, Jeff Bezos, ao posto de homem mais rico do mundo com ampla distância para o segundo colocado, Bill Gates, fundador da Microsoft. Nesta terça-feira a Amazon virou a segunda companhia trilionária da história, semanas depois de a Apple ter rompido a marca.

Nos últimos 12 meses as ações da Amazon dobraram de valor, levando a fortuna pessoal de Bezos de 79 para 167 bilhões de dólares, segundo ranking em tempo real da revista Forbes. Bill Gates tem 95 bilhões de dólares. O crescimento de Bezos é de longe o mais espetacular da história do capitalismo.

Bezos, que tem 16% da Amazon, ficou cerca de 7 bilhões de dólares mais rico por mês, 240 milhões de dólares mais rico por dia, e 10 milhões de dólares mais rico por hora. Em 10 dez meses, Bezos teria rendimentos suficientes para comprar a maior empresa privada do Brasil, a cervejaria Ambev, que vale 69 bilhões de dólares na bolsa.

Bezos, hoje com 54 anos, largou o mercado financeiro em 1994 para vender livros pela internet. Parecia uma loucura, tanto que na falta de outros financiadores ele recorreu a sua mãe, Jackie, e a seu padrasto, Mike Bezos, que investiram cerca de 245.000 dólares no negócio. Se tivessem aplicado na poupança, eles teriam pouco mais de 400.000 dólares em valor de hoje.

Como decidiram apostar na Amazon, hoje o casal tem uma fortuna superior a 30 bilhões de dólares. aposta valorizou 12.000.000% no decorrer desses 23 anos, o que deixaria vários outros investidores de risco morrendo de inveja.

O que atormenta investidores é pensar até onde Bezos pode levar a Amazon e, com ela, seus próprios rendimentos. A companhia tem 45% do comércio online dos Estados Unidos, mas só 4% do total da indústria. Com a compra da rede de supermercados Whole Foods, que completou um ano nesta terça-feira, Bezos investe pesado em varejo físico, uma estratégia que pode catapultar seus ganhos.

O serviço de armazenamento de dados em nuvem Amazon Web Services também tem espaço para crescer dentro e fora dos Estados Unidos. No mercado de saúde, ele se aliou a JP Morgan e Berkshire Hathaway para encontrar maneiras de reduzir custos médicos aos trabalhadores americanos, outra possível mina de ouro para o futuro.

Além disso, compete diretamente com o Netflix no mercado de streaming e produção de conteúdo. Bezos também é dono do jornal americano Washington Post, comprado em 2013 por 250 milhões de dólares — algo como 25 horas de seus rendimentos.

Outra empresa trilionária, a Apple, também é generosa com seus executivos, mas como tem o capital menos concentrado não gerou um fenômeno como Bezos. Seu presidente executivo, Tim Cook, recebeu 120 milhões de dólares em ações pela valorização a que levou a companhia.

Metade das ações que ele recebe hoje estão condicionados ao fato de que a Apple valorizou mais do que dois terços do índice S&P 500 nos últimos três anos. Em 2018, os papéis já valorizam 27,3%. Em três anos, a alta é de 90,3%

É um dinheirão que o mercado considera justo pelos serviços prestados, mas nada se compara a Bezos.

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