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Equatorial vê resultado mais rápido na Cepisa que em outras distribuidoras

Pela Cepisa, companhia pagará 45 mil reais à Eletrobras, 95 mi de reais ao Tesouro e se comprometeu a aportar cerca de 720 mi na distribuidora do PI

Equatorial: ações da companhia subiam mais de 3,5 por cento às 16:39, em alta desde o anúncio da vitória da companhia no leilão (Reuters/Ina Fassbender/Reuters)

Equatorial: ações da companhia subiam mais de 3,5 por cento às 16:39, em alta desde o anúncio da vitória da companhia no leilão (Reuters/Ina Fassbender/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de julho de 2018 às 16h49.

São Paulo - A Equatorial Energia, que arrematou em leilão nesta quinta-feira a Cepisa, distribuidora da Eletrobras no Piauí, avalia que pode obter resultados mais rapidamente na empresa do que nas elétricas que o grupo já controla, no Maranhão (Cemar) e Pará (Celpa), também adquiridas em situação financeira difícil.

Em teleconferência com acionistas e investidores sobre o negócio, o presidente da Equatorial, Augusto Miranda, disse nesta quinta-feira que a empresa espera se beneficiar da experiência adquirida no trabalho de recuperação da Cemar e Celpa.

"Na própria Cemar... a gente bateu muita cabeça, a gente aprendeu muita coisa. A aquisição da Celpa foi um grande aprendizado... na Celpa a gente ainda levou um tempinho, patinou um pouquinho, e o resultado veio. Com esse ativo (Cepisa) o resultado vai vir de uma forma muito mais rápida", afirmou.

As ações da Equatorial subiam mais de 3,5 por cento às 16:39, em alta desde o anúncio da vitória da companhia no leilão.

O diretor financeiro da elétrica, Eduardo Haiama, defendeu ainda que a Equatorial deve aproveitar sinergias com as operações da Cemar, uma vez que o Piauí faz fronteira com o Maranhão. Além disso, condições mais favoráveis no Estado podem permitir um custo de operação menor por consumidor que na Cemar.

"Entendemos que aqui (a meta) não é chegar no custo Cemar, aqui tem um potencial maior, dado que não temos potencialidades climáticas como no Maranhão, fora a questão da sinergia, de estar operando o Piauí, colado em uma área em que já estamos operando", explicou.

A Equatorial informou em apresentação divulgada ao mercado que assumirá uma dívida líquida de cerca de 2,5 bilhões de reais da Cepisa.

Desse montante, no entanto, cerca de 844 milhões de reais são débitos com a Reserva Global de Reversão (RGR), um fundo do setor elétrico que custeou as operações da Cepisa desde que a Eletrobras decidiu não renovar a concessão da empresa e vendê-la.

Os empréstimos da RGR terão carência até outubro de 2023, com amortização até 2048, quando encerra o contrato de concessão que a Equatorial assinará para assumir o controle da Cepisa.

A Equatorial tem como principais acionistas fundos e gestoras de recursos, como Squadra Investimentos (14,7 por cento), Opportunity (9,8 por cento) e BlackRock (5,8 por cento).

A empresa começou a aposta em distribuição de energia com a compra da Cemar em 2004, pelo valor simbólico de 1 real. Posteriormente, em 2012, fechou a compra da Celpa, que era controlada pelo Grupo Rede, também por 1 real, pouco após a empresa pedir recuperação judicial.

Agora, pela Cepisa, a Equatorial pagará 45 mil reais à Eletrobras e 95 milhões de reais ao Tesouro. Ela também se comprometeu a aportar cerca de 720 milhões na distribuidora do Piauí e a reduzir as tarifas em 8,5 por cento após o início de sua gestão na elétrica.

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