Negócios

Estácio deve fazer mais três aquisições até o final do ano

Segundo presidente da companhia, companhia espera obter os primeiros resultados da integração com a Uniseb já no segundo semestre

Alunos durante curso na Faculdade Estácio do Recife, em Pernambuco (Divulgação/Águila Comunicação)

Alunos durante curso na Faculdade Estácio do Recife, em Pernambuco (Divulgação/Águila Comunicação)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 18h46.

Rio de Janeiro - A companhia de educação Estácio Participações deve fazer de duas a três aquisições de pequeno ou médio portes até o final deste ano e espera obter os primeiros resultados da integração com a Uniseb já no segundo semestre.

"As aquisições pequenas e médias seguem no seu ritmo. Tradicionalmente fazemos entre três e cinco compras anuais, e acredito que devem se manter por aí", disse à Reuters o presidente da companhia, Rogério Melzi, em entrevista nesta quarta-feira.

No início de julho, a empresa adquiriu o Instituto de Estudos Superiores da Amazônia (Iesam), com sede em Belém (PA), por 80 milhões de reais, em seu primeiro negócio após a aprovação da compra da paulista Uniseb, operação anunciada em setembro passado.

O Conselho da Estácio também aprovou um mês antes a compra de um conjunto de prédios em Fortaleza por 51 milhões de reais para a instalação de um novo campus.

"A gente continua com o 'pipeline' de aquisições bem fértil. Pequenas e médias, de duas a três até o final do ano. Mas uma média de três a cinco aquisições é algo razoável para os próximos anos", acrescentou o diretor financeiro da companhia, Virgílio Gibbon.

Ele se referiu a instituições de ensino com 3 mil a 5 mil alunos, avaliadas por um valor médio entre 40 milhões a 50 milhões de reais.

A aquisição da Uniseb, um negócio de 615 milhões de reais em dinheiro e ações, foi uma reação da Estácio à fusão entre Kroton e Anhanguera, divulgada meses antes.

A associação entre as rivais criou o maior grupo de ensino privado de capital aberto do Brasil e um dos maiores do mundo.

A integração da Estácio com a Uniseb está num estágio bastante avançado, segundo Melzi. Enquanto aguardava a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a companhia já trabalhava no movimento de integração.

"Ainda este ano nós podemos começar a colher frutos", disse o presidente.

Para aprovar a compra da Uniseb, o Cade determinou em maio restrições no segmento a distância, limitando a Estácio na captação de novos alunos nos próximos quatro semestres letivos em nove localidades e 20 cursos.

"Estes remédios eram mais do que esperados, houve a limitação parcial de captação (de alunos) nestes mercados considerados críticos", disse Gibbon à Reuters, na ocasião da aprovação do Cade.

Até 2017, a Estácio vê, com a Uniseb, um incremento de 100 milhões de reais no Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) e entre 220 milhões a 230 milhões na receita.

Além de ingressar no mercado paulistano com maior força, a Uniseb também impulsiona o negócio de Ensino a Distância (EAD) da companhia, que antes da aquisição representava pouco mais de 10 por cento da receita da empresa.

"(A área de EAD) multiplicou por três, a gente tinha 50 e poucos polos e temos hoje mais de 150 só com a primeira chegada da Uniseb, fora os polos que estão com autorização, mais os protocolos de aumento de abrangência que a gente tem", afirmou Gibbon.

"A gente pode chegar a 450 polos num espaço de dois, três anos. Sair de 50 para 450 é uma mudança de patamar. O nosso EAD vai ter uma participação no nosso resultado muito maior, vai crescer muito mais do que o negócio presencial nos próximos anos", acrescentou.

Segundo Gibbon, a margem bruta da modalidade, considerando o setor como um todo, fica entre 40 e 50 por cento, enquanto no ensino presencial o patamar está em torno de 20 a 30 por cento.

No momento, a companhia está em fase de captação de alunos presenciais para a segunda metade do ano.

Tradicionalmente, a Estácio capta cerca de 55 por cento dos estudantes nos seis primeiros meses do ano e 45 por cento entre julho e dezembro, disse Gibbon.

De acordo com o diretor financeiro, a Estácio tem a menor diferença do setor em termos de ordem de grandeza de captação de alunos entre o primeiro e o segundo semestres.

Isso porque, segundo o executivo, o perfil do aluno da Estácio - a maioria formada por jovens trabalhadores que muitas vezes já concluíram o ensino médio há mais tempo - aliado a operações concentradas em grandes cidades elevam o potencial de alunos da companhia, o que independe da época do ano.

Ele acrescentou que as empresas que se concentram em cidades médias, com perfil mais tradicional de aluno, têm boa parte ingressante no primeiro semestre.

A companhia entrará em período de silêncio a partir da quinta-feira, antes da divulgação de resultado de segundo trimestre em 7 de agosto.

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