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Empresas brasileiras perdem outra disputa em Portugal

A empresa ANA, Aeroportos de Portugal, era disputada, entre outros grupos internacionais, pela concessionária brasileira CCR e pelo consórcio Eama


	Portugal: de acordo com a Embaixada do Brasil em Portugal, é orientação do Palácio do Planalto tentar participar ao máximo do programa de privatização português
 (Marcel Salim/EXAME.com)

Portugal: de acordo com a Embaixada do Brasil em Portugal, é orientação do Palácio do Planalto tentar participar ao máximo do programa de privatização português (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2012 às 20h46.

Lisboa – As empresas brasileiras saíram mais uma vez derrotadas no processo de privatização de companhias públicas de Portugal. O governo lusitano anunciou hoje (27) a venda de 95 % do capital da empresa responsável pelos aeroportos do país para um grupo francês (Vinci), que já tem a concessão de duas pontes rodoviárias sobre o Rio Tejo, em Lisboa.

A empresa ANA, Aeroportos de Portugal, era disputada, entre outros grupos internacionais, pela concessionária brasileira CCR (em parceria com o fundo Global Infrastructure Partners e a suíça Flughafen Zürich) e pelo consórcio Eama, liderado pela argentina Corporación América com a participação da brasileira Engevix.

De acordo com a Embaixada do Brasil em Portugal, é orientação do Palácio do Planalto tentar participar ao máximo do programa de privatização português, inclusive com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em menos de uma semana, esta é a segunda vez que empresas com capital brasileiro são rejeitadas pelo programa de privatização português. No último dia 20, o governo de Portugal resolveu adiar a privatização da companhia aérea estatal TAP.

Por falta de garantias, o Conselho de Ministros, integrado pelos ministros e secretários de Estado que formam o gabinete do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, rejeitou a proposta apresentada pela Synergy Aerospace, de propriedade do empresário brasileiro Germán Efromovich, única participante da privatização.

Em janeiro deste ano, as propostas da Eletrobras e a Cemig para aquisição da companhia elétrica EDP foram preteridas em favor de um grupo chinês que adquiriu a estatal.

Apesar dos revezes, empresas com capital brasileiro têm aumentado a participação na economia portuguesa. Este é o caso da operadora de planos de saúde Amil (que este ano comprou hospitais ligados ao braço de seguro do banco estatal Caixa Geral de Depósito); da Embraer (que adquiriu uma reparadora portuguesa de aviões), e do grupo Camargo Corrêa, que comprou uma empresa produtora de cimento.

A portuguesa ANA, que equivale à estatal brasileira Infraero, é responsável pelos aeroportos de Lisboa, Faro, Porto, Ponta Delgada, Santa Maria, da Horta, Flores e do terminal civil de Beja. O negócio foi fechado em mais de 3 bilhões de euros. Segundo a secretária de Estado do Tesouro de Portugal, Maria Luís Albuquerque, os franceses venceram porque apresentaram melhor oferta do “ponto de vista estratégico” e de valor mais elevado.

Com a venda da ANA, o programa de privatização português acumula 6,4 bilhões de euros. O dinheiro é fundamental para o processo de ajustamento de receita e despesa iniciado pelo governo português após a crise econômica na zona do euro.

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