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China cancela 2 milhões de toneladas de soja do Brasil

Grupo Sunrise fará cancelamento da compra devido aos atrasos nos embarques provocados pelo congestionamento nos portos

Soja: gargalo nos portos brasileiros tem causado filas de caminhões e longa espera de navios para embarcar. (REUTERS/Paulo Whitaker)
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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2013 às 21h33.

Pequim/ Cingapura - O grupo chinês Sunrise cancelará a compra de quase 2 milhões de toneladas de soja do Brasil devido aos atrasos nos embarques provocados pelo congestionamento nos portos, disse um representante da empresa nesta terça-feira.

"Nós não receberemos estas cargas. Primeiramente, é um default por parte do fornecedor por não embarcar no prazo", disse à Reuters Shao Guori, gerente responsável pela divisão de soja do grupo.

Ele disse que a companhia planejava cancelar de 10 a 12 navios panamax, com carregamentos que deveriam ter sido enviados entre janeiro e fevereiro, já que apenas dois haviam chegado até o momento.

Também deverá haver cancelamento de 23 cargas agendadas para embarque entre abril e junho.

O grupo compra cerca de 7 milhões de toneladas da oleaginosa anualmente.

O movimento da companhia com sede em Pequim, que responde por cerca de 10 % das importações de soja realizadas pela China, foi visto pelo mercado como uma forma de a empresa tentar renegociar os carregamentos.

O valor da soja caiu desde que a Sunrise comprou o produto brasileiro, e a companhia estaria em posição de negociar melhores cotações para substituir os volumes comprados anteriormente.

Mesmo assim, os importadores da China, que compra 60 % da soja comercializada no mundo, ainda vão ter que obter grande parte da oleaginosa no Brasil, pelo menos momentaneamente, uma vez que os Estados Unidos estão na entressafra.

"Se for verdade (o cancelamento), eles vão ter dificuldade grande de conseguir achar outros fornecedores, dado que os estoques estão baixos", disse um exportador no Brasil, na condição de anonimato. "Levanta a questão de manipulação de preços", acrescentou a fonte, avaliando que os chineses podem estar se aproveitando da situação.

A Abiove, entidade que representa os exportadores e processadores de soja do Brasil, preferiu não comentar o assunto.

A colheita de uma safra recorde de soja está avançando no Brasil, com um grande volume chegando aos portos brasileiros, enquanto que a capacidade de movimentação dos terminais é considerada abaixo do ideal há muitos anos.

O gargalo nos portos tem causado filas de caminhões e longa espera de navios para embarcar.

Segundo os dados mais recentes da agência marítima Williams, para a primeira quinzena de março, havia 27 navios esperando para embarcar milho, soja e derivados no porto de Santos (SP) e impressionantes 106 navios em Paranaguá (PR).

Há navios, por exemplo, que entraram na fila em Paranaguá em 7 de março e só serão liberados em 2 de maio.

O volume de soja a ser cancelado pelo grupo Sunrise equivale a cerca de 5 % dos 38,5 milhões de soja que as empresas brasileiras projetam exportar nesta safra.

A soja negociada em Chicago fechou em leve queda de 0,2 % nesta terça-feira, a 14,0675 dólares por bushel.

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Pequim/ Cingapura - O grupo chinês Sunrise cancelará a compra de quase 2 milhões de toneladas de soja do Brasil devido aos atrasos nos embarques provocados pelo congestionamento nos portos, disse um representante da empresa nesta terça-feira.

"Nós não receberemos estas cargas. Primeiramente, é um default por parte do fornecedor por não embarcar no prazo", disse à Reuters Shao Guori, gerente responsável pela divisão de soja do grupo.

Ele disse que a companhia planejava cancelar de 10 a 12 navios panamax, com carregamentos que deveriam ter sido enviados entre janeiro e fevereiro, já que apenas dois haviam chegado até o momento.

Também deverá haver cancelamento de 23 cargas agendadas para embarque entre abril e junho.

O grupo compra cerca de 7 milhões de toneladas da oleaginosa anualmente.

O movimento da companhia com sede em Pequim, que responde por cerca de 10 % das importações de soja realizadas pela China, foi visto pelo mercado como uma forma de a empresa tentar renegociar os carregamentos.

O valor da soja caiu desde que a Sunrise comprou o produto brasileiro, e a companhia estaria em posição de negociar melhores cotações para substituir os volumes comprados anteriormente.

Mesmo assim, os importadores da China, que compra 60 % da soja comercializada no mundo, ainda vão ter que obter grande parte da oleaginosa no Brasil, pelo menos momentaneamente, uma vez que os Estados Unidos estão na entressafra.

"Se for verdade (o cancelamento), eles vão ter dificuldade grande de conseguir achar outros fornecedores, dado que os estoques estão baixos", disse um exportador no Brasil, na condição de anonimato. "Levanta a questão de manipulação de preços", acrescentou a fonte, avaliando que os chineses podem estar se aproveitando da situação.

A Abiove, entidade que representa os exportadores e processadores de soja do Brasil, preferiu não comentar o assunto.

A colheita de uma safra recorde de soja está avançando no Brasil, com um grande volume chegando aos portos brasileiros, enquanto que a capacidade de movimentação dos terminais é considerada abaixo do ideal há muitos anos.

O gargalo nos portos tem causado filas de caminhões e longa espera de navios para embarcar.

Segundo os dados mais recentes da agência marítima Williams, para a primeira quinzena de março, havia 27 navios esperando para embarcar milho, soja e derivados no porto de Santos (SP) e impressionantes 106 navios em Paranaguá (PR).

Há navios, por exemplo, que entraram na fila em Paranaguá em 7 de março e só serão liberados em 2 de maio.

O volume de soja a ser cancelado pelo grupo Sunrise equivale a cerca de 5 % dos 38,5 milhões de soja que as empresas brasileiras projetam exportar nesta safra.

A soja negociada em Chicago fechou em leve queda de 0,2 % nesta terça-feira, a 14,0675 dólares por bushel.

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