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Embratur vê oportunismo em altas tarifas de hotéis

Diária de hotéis está 70 por cento acima da praticada na final do Mundial da Alemanha, afirmou o presidente interino do órgão

Hotel: o Observatório Turístico irá monitorar preços de tarifas cobradas por hotéis (Wikicommons)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2013 às 19h42.

Rio de Janeiro - A Embratur está preocupada com o preços das tarifas dos hotéis de cidades que sediarão eventos esportivos no país nos próximos anos e vê oportunismo de alguns empresários que praticam preços acima do normal, disse nesta segunda-feira o presidente interino do órgão Paulo Guilherme de Araújo.

"Hoje, as tarifas da rede hoteleira estão fora do razoável... na final do Mundial da Alemanha, a diária foi perto de 300 dólares e aqui está 70 por cento acima disso", disse ele a jornalistas. "A Europa mesmo em crise é cara e como nós estamos mais caros que ela? Isso não pode!", acrescentou o executivo.

Representantes da Embratur, do Ministério do Turismo --entre eles o titular da pasta Gastão Vieira-- e da rede hoteleira se reuniram nesta segunda-feira para discutir os preços dos hotéis no país.

Um Observatório Turístico foi criado para monitorar os preços das tarifas cobradas pela rede hoteleira e se os preços não cederem, órgãos de defesa da concorrência, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) poderá ser acionado, segundo Araújo.

"A rede hoteleira prometeu abrir as planilhas para nós. Vamos monitorar de seis em seis meses. Se continuar podemos usar a força coercitiva do Estado, como o departamento de defesa do consumidor do Ministério da Justiça ou o próprio Cade", disse.

A insatisfação de membros do governo com os preços se torna ainda maior porque o setor hoteleiro foi beneficiado com um desoneração tributária, mas não houve repasse para os preços, na avaliação de integrantes do Executivo.

"A lógica da queda de preços não está acontecendo", disse ele.

Um levantamento feito por uma consultoria mostra que atualmente os preços cobrados pelos hotéis nos 10 principais destinos do país, que incluem as seis cidades-sede da Copa das Confederações, revelam que o preço médio praticado é 70 por cento acima da final da Copa da Alemanha, entre Itália e França, em 2006 A Embratur e o Ministério do Turismo não revelaram a gordura que existiria nos preços da rede hoteleira e qual seria a tarifa ideal ou aceitável.


"Há um oportunismo de alguns empresários do setor hoteleiro. Tem gente querendo ganhar muito num curto espaço de tempo e no médio e longo prazo quem perde é o Brasil. Se ficarmos com a marca de destino caro, as pessoas vão para Caribe e outros destinos", declarou Araújo O custo da hospedagem no Rio de Janeiro por exemplo foi alvo de reclamação de turistas nacionais e estrangeiros que vieram visitar a cidade durante do Carnaval desse ano.

Junto com a sujeira da cidade, essa foi o principal ponto negativo levantado pelos visitantes que estiveram na cidade de acordo com uma pesquisa da Cesgranrio Durante a Rio+20, conferencia sobre desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas realizada ano passado no Rio de Janeiro, algumas delegações europeias cancelaram sua vinda ao Brasil por conta dos custos elevados de hospedagem na cidade.

"Isso é um prejuízo para nós e para a imagem do país", frisou Araújo.

Em tom mais político, o ministro Gastão Vieira se mostrou mais otimista com a solução do problemas dos hotéis no Brasil. "Vamos acompanhar, estamos juntos e achamos que está no caminho certo, embora haja gente querendo aproveitar o momento do calendário de eventos do Brasil", disse.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Alfredo Lopes, reconheceu que houve excessos em algumas tarifas da rede hoteleira.

"Os empresários vão ser conscientizados que essa não é uma política correta e que prejudica a imagem da cidade e do país", disse.


SEM DÉFICIT

Na semana passada, em visita ao Rio de Janeiro para uma inspeção e acompanhamento das obras para os Jogos Olímpicos de 2016, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e autoridades brasileiras manifestaram preocupação com o déficit no número de acomodações no Rio para os Jogos daqui a quatro anos.

Só na Barra, local que vai concentrar a maioria das disputas e modalidades, esse déficit mapeado foi de aproximadamente 750 acomodações.

A projeção inclui projetos na prateleira e em execução e, para atender a demanda, o Comitê Rio 2016 conta com ampliação da oferta através da conversão de motéis em hotéis, hospedagens familiares, hostels e quartos de navios que vão ficar atracados no porto do Rio de Janeiro.

"Na nossa avaliação não haverá problema de oferta de quartos no país... talvez o COI não conheça bem o mercado brasileiro", disse Araújo.

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Rio de Janeiro - A Embratur está preocupada com o preços das tarifas dos hotéis de cidades que sediarão eventos esportivos no país nos próximos anos e vê oportunismo de alguns empresários que praticam preços acima do normal, disse nesta segunda-feira o presidente interino do órgão Paulo Guilherme de Araújo.

"Hoje, as tarifas da rede hoteleira estão fora do razoável... na final do Mundial da Alemanha, a diária foi perto de 300 dólares e aqui está 70 por cento acima disso", disse ele a jornalistas. "A Europa mesmo em crise é cara e como nós estamos mais caros que ela? Isso não pode!", acrescentou o executivo.

Representantes da Embratur, do Ministério do Turismo --entre eles o titular da pasta Gastão Vieira-- e da rede hoteleira se reuniram nesta segunda-feira para discutir os preços dos hotéis no país.

Um Observatório Turístico foi criado para monitorar os preços das tarifas cobradas pela rede hoteleira e se os preços não cederem, órgãos de defesa da concorrência, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) poderá ser acionado, segundo Araújo.

"A rede hoteleira prometeu abrir as planilhas para nós. Vamos monitorar de seis em seis meses. Se continuar podemos usar a força coercitiva do Estado, como o departamento de defesa do consumidor do Ministério da Justiça ou o próprio Cade", disse.

A insatisfação de membros do governo com os preços se torna ainda maior porque o setor hoteleiro foi beneficiado com um desoneração tributária, mas não houve repasse para os preços, na avaliação de integrantes do Executivo.

"A lógica da queda de preços não está acontecendo", disse ele.

Um levantamento feito por uma consultoria mostra que atualmente os preços cobrados pelos hotéis nos 10 principais destinos do país, que incluem as seis cidades-sede da Copa das Confederações, revelam que o preço médio praticado é 70 por cento acima da final da Copa da Alemanha, entre Itália e França, em 2006 A Embratur e o Ministério do Turismo não revelaram a gordura que existiria nos preços da rede hoteleira e qual seria a tarifa ideal ou aceitável.


"Há um oportunismo de alguns empresários do setor hoteleiro. Tem gente querendo ganhar muito num curto espaço de tempo e no médio e longo prazo quem perde é o Brasil. Se ficarmos com a marca de destino caro, as pessoas vão para Caribe e outros destinos", declarou Araújo O custo da hospedagem no Rio de Janeiro por exemplo foi alvo de reclamação de turistas nacionais e estrangeiros que vieram visitar a cidade durante do Carnaval desse ano.

Junto com a sujeira da cidade, essa foi o principal ponto negativo levantado pelos visitantes que estiveram na cidade de acordo com uma pesquisa da Cesgranrio Durante a Rio+20, conferencia sobre desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas realizada ano passado no Rio de Janeiro, algumas delegações europeias cancelaram sua vinda ao Brasil por conta dos custos elevados de hospedagem na cidade.

"Isso é um prejuízo para nós e para a imagem do país", frisou Araújo.

Em tom mais político, o ministro Gastão Vieira se mostrou mais otimista com a solução do problemas dos hotéis no Brasil. "Vamos acompanhar, estamos juntos e achamos que está no caminho certo, embora haja gente querendo aproveitar o momento do calendário de eventos do Brasil", disse.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Alfredo Lopes, reconheceu que houve excessos em algumas tarifas da rede hoteleira.

"Os empresários vão ser conscientizados que essa não é uma política correta e que prejudica a imagem da cidade e do país", disse.


SEM DÉFICIT

Na semana passada, em visita ao Rio de Janeiro para uma inspeção e acompanhamento das obras para os Jogos Olímpicos de 2016, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e autoridades brasileiras manifestaram preocupação com o déficit no número de acomodações no Rio para os Jogos daqui a quatro anos.

Só na Barra, local que vai concentrar a maioria das disputas e modalidades, esse déficit mapeado foi de aproximadamente 750 acomodações.

A projeção inclui projetos na prateleira e em execução e, para atender a demanda, o Comitê Rio 2016 conta com ampliação da oferta através da conversão de motéis em hotéis, hospedagens familiares, hostels e quartos de navios que vão ficar atracados no porto do Rio de Janeiro.

"Na nossa avaliação não haverá problema de oferta de quartos no país... talvez o COI não conheça bem o mercado brasileiro", disse Araújo.

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