Embraer quer permanecer na China, mesmo sem produzir
Companhia aguarda definição de seu futuro no país e está otimista com visita da presidente Dilma Rousseff no próximo mês à China
Daniela Barbosa
Publicado em 25 de março de 2011 às 13h09.
São Paulo – A Embraer está otimista com a visita da presidente Dilma Roussef à China, no próximo mês. Isso porque, o futuro da companhia no país pode ser decidido nas conversas que a presidente terá com o governo chinês. “Estamos confiantes de que teremos boas notícias a partir de abril”, afirmou, nesta sexta-feira (25/3), Frederico Fleury Curado, presidente da Embraer.
Segundo o executivo, a Embraer, neste momento, está mais preocupada em permanecer no país, e a produção não é prioridade. “A produção é indiferente. O que queremos é manter a nossa presença e nossas parcerias na China”, disse.
Além dos sócios da Embraer no país, o governo chinês precisa dar o aval para que a companhia brasileira volte a operar na região. “Se tudo der certo, podemos produzir entre 10 e 15 aviões por ano na China. Mais do que isso, o mercado não vai conseguir absorver”, afirmou Curado. Recentemente, a empresa admitiu que uma saída para a unidade chinesa seria a produção de jatos executivos. Entre os modelos cotados, estão os da linha Legacy.
Em outubro do ano passado, a Embraer congelou sua produção na China, porque queria produzir aviões maiores no país, mas as companhias chinesas voltadas para esse mercado já estavam desenvolvendo seus próprios modelos. Na época, a companhia brasileira enfrentou problemas como cancelamentos de pedidos e restrições para obter licenças de importação.
A unidade da Embraer na China é uma associação com a Aviation Industries of China (Avic) para a fabricação do ERJ-145 e aviões de pequeno e médio porte.
Na última quinta-feira (24/3), a companhia brasileira assinou com o ABC Financial Leasing, subsidiária do Agricultural Bank of China, um memorando de entendimentos para financiamento e leasing de aeronaves. De acordo com o comunicado da empresa, a intenção do acordo é criar novas oportunidades de financiamento para a venda de aeronaves da Embraer na China e também em outros mercados.