Embraer e Rockwell Collins avaliam vendas conjuntas de tecnologia
Subsidiárias da Embraer podem incluir produtos da Rockwell Collins em seus portfólios ou ter sua tecnologia incluída nas ofertas da parceira americana
Reuters
Publicado em 4 de abril de 2017 às 08h50.
São Paulo - A fabricante norte-americana de componentes eletrônicos para aviação Rockwell Collins e a Embraer vão avaliar suas tecnologias de sensor e controle de fronteiras para possíveis vendas conjuntas, afirmou à Reuters o diretor da divisão de defesa da Embraer Jackson Schneider.
Schneider afirmou que as subsidiárias Bradar e Savis podem eventualmente incluir produtos da Rockwell Collins em seus portfólios ou ter sua tecnologia incluída nas ofertas da parceira norte-americana.
"No momento não estamos identificando programas específicos (para vendas)", disse Schneider em entrevista na véspera da feira de defesa e segurança LAAD, no Rio de Janeiro, que começa nesta terça-feira.
"Eles estão olhando nossos melhores produtos para o portfólio internacional deles e estamos fazendo o mesmo com o deles aqui no Brasil", acrescentou o executivo.
Parcerias internacionais são comuns na indústria aeroespacial, especialmente em contratos de defesa em que relações estratégicas com governos são essenciais
Nos últimos anos, a Embraer se aliou à Boeing para vender e apoiar o jato militar de cargas KC-390, e também com a israelense Elbit Systems para estudar uma potencial joint venture para construção de drones.
Uma área para uma nova parceria com a Rockwell Collins poderia ser o programa do governo brasileiro Sisfron, que visa a proteger longos trechos da remota fronteira do país de 17 mil quilômetros contra tráfico de armas e drogas.
As subsidiárias da Embraer concluíram cerca de 70 por cento do contrato inicial do Sisfron, afirmou Schneider, acrescentando que avalia se o congelamento de gastos do governo federal comprometerá os 450 milhões de reais destinados ao programa em 2017.
As vendas conjuntas com a Rockwell Collins podem abrir novos mercados para o portfólio de defesa da Embraer, que cresceu à medida que os gastos militares do Brasil aumentaram no início da década, antes de o governo atrasar ou reduzir diversos programas devido à profunda recessão.
As vendas internacionais agora são cruciais para ampliar o horizonte de vários programas de defesa, como a aeronave de transporte militar KC-390 em desenvolvimento para Força Aérea Brasileira.
Schneider disse, ainda, que 20 delegações internacionais na LAAD, a maior feira de defesa e segurança da América Latina, manifestaram interesse e visitar um protótipo do KC-390 em uma base aérea nas proximidades.
"Estamos trabalhando ativamente para fechar uma venda internacional do KC-390", afirmou Schneider, sem identificar os nomes dos países que estão mais perto de fechar o acordo, nem um prazo para as negociações.