Exame Logo

Em Franca, calçadistas temem demissões

Sindicato está negociando com uma das principais indústrias calçadistas da região, a Carmen Steffens, para evitar a demissão de 200 funcionários

Franca (SP): setor tem se utilizado de acordos para tentar evitar as demissões (Humanoo/Wikimedia)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2016 às 08h39.

Franca - Conhecida como a capital do calçado, a cidade de Franca, a 400 km de São Paulo, liderou o ranking nacional de geração de empregos no primeiro semestre deste ano.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados ( Caged ) divulgados nesta semana mostram que o município contratou 6,1 mil pessoas entre janeiro e junho.

A liderança, no entanto, não blinda a cidade do fantasma do desemprego. O Sindicato dos Sapateiros de Franca (SP) está negociando com uma das principais indústrias calçadistas da região, a Carmen Steffens, para evitar a demissão de 200 funcionários. Para não demitir, a empresa quer reduzir a carga horária, acabando com o expediente às sextas-feiras.

A medida resultaria em redução de salários. Na semana que vem, sindicalistas e representantes da companhia participarão de uma mesa-redonda no Ministério do Trabalho para chegarem a um acordo.

O município tem no setor calçadista a principal fonte da economia. Ao tomarem conhecimento dos dados mais recentes do Caged, os empresários alegam não existir motivo para tanto otimismo.

Argumentam que o número de postos criados no primeiro semestre, 6,1 mil contratações, é inferior a dezembro do ano passado, quando as empresas locais demitiram 6,9 mil trabalhadores.

De acordo com o Sindicato da Indústria de Calçados de Franca, o setor tem se utilizado de acordos para tentar evitar as demissões. "As exportações no semestre caíram 21%", lembra o presidente da entidade, José Carlos Brigagão do Couto. E isso aconteceu justamente em um momento em que a moeda americana estava alta e poderia ter trazido uma boa receita às indústrias.

No caso da empresa de calçados Carmen Steffens, o futuro de pelo menos 200 funcionários será definido na próxima quarta-feira, dia 3 de agosto, em uma audiência no Ministério do Trabalho de Franca.

O presidente do Sindicato dos Sapateiros, Sebastião Ronaldo de Oliveira, diz que é contra cortar salário em razão das dificuldades já enfrentadas pela categoria.

O sindicato pedirá na mesa-redonda garantia de oito meses aos trabalhadores. "E não vamos assinar proposta para reduzir salário", afirmou. A empresa não se manifestou sobre as dispensas, mas nas negociações já realizadas citou o momento de crise.

A Carmen Steffens tem 550 lojas em 18 países, sendo considerada uma das principais grifes no ramo de calçados, roupas e acessórios.

Resultados da feira

Um alento para os calçadistas veio no mês passado, com a realização da 48.ª edição da Francal (feira do setor que ocorre todos os anos em São Paulo).

Os empresários voltaram animados com os resultados. Uma pesquisa do sindicato com um grupo de 33 empresas indica que 3% consideraram a feira ótima, 41% boa, 44% regular e 13% ruim.

Em 2015, apenas 34% dos industriais da cidade consideraram a iniciativa ótima ou boa.

Veja também

Franca - Conhecida como a capital do calçado, a cidade de Franca, a 400 km de São Paulo, liderou o ranking nacional de geração de empregos no primeiro semestre deste ano.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados ( Caged ) divulgados nesta semana mostram que o município contratou 6,1 mil pessoas entre janeiro e junho.

A liderança, no entanto, não blinda a cidade do fantasma do desemprego. O Sindicato dos Sapateiros de Franca (SP) está negociando com uma das principais indústrias calçadistas da região, a Carmen Steffens, para evitar a demissão de 200 funcionários. Para não demitir, a empresa quer reduzir a carga horária, acabando com o expediente às sextas-feiras.

A medida resultaria em redução de salários. Na semana que vem, sindicalistas e representantes da companhia participarão de uma mesa-redonda no Ministério do Trabalho para chegarem a um acordo.

O município tem no setor calçadista a principal fonte da economia. Ao tomarem conhecimento dos dados mais recentes do Caged, os empresários alegam não existir motivo para tanto otimismo.

Argumentam que o número de postos criados no primeiro semestre, 6,1 mil contratações, é inferior a dezembro do ano passado, quando as empresas locais demitiram 6,9 mil trabalhadores.

De acordo com o Sindicato da Indústria de Calçados de Franca, o setor tem se utilizado de acordos para tentar evitar as demissões. "As exportações no semestre caíram 21%", lembra o presidente da entidade, José Carlos Brigagão do Couto. E isso aconteceu justamente em um momento em que a moeda americana estava alta e poderia ter trazido uma boa receita às indústrias.

No caso da empresa de calçados Carmen Steffens, o futuro de pelo menos 200 funcionários será definido na próxima quarta-feira, dia 3 de agosto, em uma audiência no Ministério do Trabalho de Franca.

O presidente do Sindicato dos Sapateiros, Sebastião Ronaldo de Oliveira, diz que é contra cortar salário em razão das dificuldades já enfrentadas pela categoria.

O sindicato pedirá na mesa-redonda garantia de oito meses aos trabalhadores. "E não vamos assinar proposta para reduzir salário", afirmou. A empresa não se manifestou sobre as dispensas, mas nas negociações já realizadas citou o momento de crise.

A Carmen Steffens tem 550 lojas em 18 países, sendo considerada uma das principais grifes no ramo de calçados, roupas e acessórios.

Resultados da feira

Um alento para os calçadistas veio no mês passado, com a realização da 48.ª edição da Francal (feira do setor que ocorre todos os anos em São Paulo).

Os empresários voltaram animados com os resultados. Uma pesquisa do sindicato com um grupo de 33 empresas indica que 3% consideraram a feira ótima, 41% boa, 44% regular e 13% ruim.

Em 2015, apenas 34% dos industriais da cidade consideraram a iniciativa ótima ou boa.

Acompanhe tudo sobre:CagedEmpregos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame