Ele usou o dinheiro da festa de casamento para abrir um bar. Hoje, a rede fatura R$ 60 milhões
Empresário apostou em comidas com carne de porco e hoje se destaca com 48 lojas pelo país
Repórter de Negócios
Publicado em 29 de julho de 2024 às 09h20.
Última atualização em 29 de julho de 2024 às 11h00.
Pode-se dizer que a história da rede de bares e restaurantes Porks começou num percalço amoroso.
O paranaense José Araújo Netto tinha acabado de terminar um noivado e usou o dinheiro guardado para o casamento para empreender. "Eu estava noivo da minha atual esposa, e separei a grana para fazer o casamento. Quando terminamos, peguei o dinheiro e gastei tudo no bar, literalmente", brinca.
No fim das contas, porém, Netto teve sorte no amor e nos negócios.
"Voltamos cinco meses depois, mas não casei mais. Usamos o dinheiro para crescer o bar".
O noivado foi retomado e o bar vingou. Hoje, a rede já tem 48 lojas e um faturamento na casa de 60 milhões de reais. E com perspectiva de crescimento. A meta é abrir 25 novas lojas neste ano e terminar 2024 faturando 80 milhões de reais.
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E a sorte nos negócios veio acompanhada de uma estratégia que, na visão de Netto, é ousada: a de trabalhar com carne de porco.
"Eu tinha receio que a carne de porco não funcionaria em outras cidades além de Belo Horizonte, onde abrimos a primeira operação, mas quando trouxemos o Porks para Curitiba, foi um sucesso," afirma. “O preconceito com a carne de porco é muito mais ligado ao porco da feijoada. Bacon, costelinha barbecue, torresmo, sanduíche de pernil, todos esses são petiscos populares que as pessoas não correlacionam diretamente com o porco. A aceitação foi maravilhosa".
Qual é a história da Porks
Vindo de uma carreira com bancário, José Araújo Netto começou sua trajetória no segmento de bares e restaurantes em 2009, quando abriu o Quermese, um bar inspirado nas festas e na gastronomia regional.
Contudo, o modelo de negócio robusto e complexo do Quermesse dificultava a expansão. A operação tinha centenas de funcionários e era muito grande para replicar como franquia.
Na busca por um modelo mais replicável, Netto criou um negócio de hambúrguer e chope artesanal, que se mostrou mais fácil de operar.
Em 2017, surgiu a ideia de criar um bar focado em carne suína em Belo Horizonte, cidade conhecida pela valorização dessa proteína.
A aceitação do público foi tão positiva que a expansão para Curitiba e outras cidades foi natural.
“O primeiro motivo foi que queria fazer um buteco que tivesse um apelo à gastronomia mineira, conhecida por utilizar carne de porco. Outro ponto foi que estava nascendo a valorização da carne de porco como uma proteína mais requintada, liderada pela Casa do Porco em São Paulo, que estava mudando a percepção do público,” diz Netto. “No início, eu tinha receio se a casa de porco iria vingar. Mas percebi que torresmo, sanduíche de pernil e bacon são porco, e esses itens sempre foram bem aceitos. Era só questão de mudar a perspectiva do consumidor.”
Qual é o modelo de franquia da Porks
A expansão da Porks se deu principalmente pelo modelo de franquia, que atraiu empreendedores de diversos perfis.
Com um investimento inicial de cerca de 180.000 reais, a rede oferece uma rentabilidade anual de até 120% sobre o capital líquido.
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Para o futuro, a Porks tem metas ambiciosas. Além de aumentar o número de lojas, a rede pretende fechar 2024 com uma receita de 80 milhões de reais. A estratégia de expansão mira cidades com mais de 200.000 habitantes, explorando o potencial de crescimento em diferentes regiões do Brasil.
"Temos certeza de que iremos continuar surpreendendo o público que valoriza a gastronomia bem-feita e com sabores regionais," diz Netto.
Entre os desafios, está a adaptação dos cardápios às preferências regionais, mantendo a qualidade e o frescor dos ingredientes.
Com uma trajetória marcada por coragem e inovação, José Araújo Netto transformou um sonho em uma rede de sucesso. "Em vez de casar, abrimos um bar," diz Netto.