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Ela é a primeira CEO a aparecer grávida na capa de uma revista de negócios

Como a sua companhia se foca em construir espaços para mulheres, seu exemplo mostra que é possível ser empreendedora sem abrir mão da vida pessoal

CEO da The Wing, Audrey Gelman, fala em evento da Vanity Fair em 2018, na Califórnia (Matt Winkelmeyer/Getty Images)

CEO da The Wing, Audrey Gelman, fala em evento da Vanity Fair em 2018, na Califórnia (Matt Winkelmeyer/Getty Images)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 21 de setembro de 2019 às 08h00.

Última atualização em 21 de setembro de 2019 às 08h00.

Com oito prédios de escritórios nos Estados Unidos e investimentos que já chegaram a 117 milhões de dólares, The Wing poderia ser apenas uma nova versão da WeWork, empresa de aluguel de escritórios corporativos. Mas, enquanto sua rival enfrenta polêmicas e desconfiança em torno de seu prejuízo bilionário e processo de oferta pública inicial de ações, as unidades já inauguradas da The Wing são lucrativas. Outra diferença está em seu público: ela é inteiramente voltada para mulheres, das funcionárias às clientes e fornecedoras de café e outros produtos.

A CEO e fundadora da The Wing, Audrey Gelman, não é apenas uma das poucas empreendedoras mulheres. É também a primeira a aparecer grávida em uma capa de revista de negócios. Ela é o destaque desta edição da revista americana Inc.

Para ela, aparecer na capa durante a gravidez tem uma importância especial. Como a sua companhia se foca em construir espaços para mulheres e redes de apoio para o empreendedorismo feminino, seu exemplo mostra que é possível ser empreendedora sem abrir mão da vida pessoal.

"Você não pode ser o que não pode ver. Então eu acho que é importante que mulheres vejam que é possível liderar um negócio com crescimento acelerado e também começar uma família", disse a empreendedora para a revista Today.

https://twitter.com/audreygelman/status/1174309715549065217

Em 2012, a então presidente do Yahoo Marissa Mayer também foi o destaque da edição da Forbes sobre as 50 mulheres mais poderosas do mundo. A executiva estava grávida na época, mas não quis ser fotografada e preferiu usar uma foto antiga.

Ao contrário da WeWork, sua concorrente mais conhecida, a The Wing não busca uma abertura acelerada de novos escritórios, mas sim "criar qualidade e significado e fazer tudo com intenção". Com oito prédios, a companhia espera abrir mais nove até o fim do ano. Todos os empreendimentos estão em edifícios ou regiões com inspiração feminina: de antigos hospitais para mulheres a bairros tradicionalmente femininos. Há eventos voltados ao público interno com famosos que atuam desde em Hollywood ao Vale do Silício - apenas em 2019, esses eventos devem atrair 2 mil pessoas, diz a Inc. Até os produtos vendidos nos escritórios, como cafés ou sacolas de tecido, são feitos por fornecedoras mulheres.

Essa distinção, pensada para incentivar o empreendedorismo feminino, levantou críticas. Devido a um processo por discriminação em 2018, a The Wing passou a aceitar homens e mudou sua comunicação para ser mais neutra - no entanto, o rosa continua sendo a cor prevalente na decoração. Também há críticas ao alto custo de locação. O valor da mensalidade vai de 185 a 250 dólares, o aluguel de uma sala de reunião pode chegar a 50 dólares a hora e um simples almoço pode chegar a 14 dólares, o que inibe o acesso de uma grande faixa de empreendedoras e freelancers. 

Apesar das críticas, a empresa tem cerca de meio milhão de seguidores nas redes sociais e entusiastas famosas, como a atriz Meryl Streep e a roteirista Lena Dunham. Até o fim do ano, deve ter 15 mil membros em seus escritórios e 175 funcionários. 

Embora a empresa não pare de crescer, Gelman irá tirar licença maternidade - sua última reunião como CEO foi em julho. Ela incentiva abraçar os dois mundos. "O mundo está mudando. E às vezes é difícil desacelerar e dizer 'bom, isso é diferente. Isso nunca aconteceu antes'".

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