Eike levou 10 meses para informar que OGX era inviável
Segundo jornal Valor Econômico, investigação da CVM concluiu que o empresário usou informações privilegiadas
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2014 às 07h35.
São Paulo – A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) concluiu em uma investigação que Eike Batista e os administradores da OGX levaram dez meses para informar o mercado sobre a inviabilidade de campos de petróleos da companhia, informou o Valor Econômico.
Segundo matéria publicada pelo jornal nesta sexta-feira, a comissão apontou que os administradores falharam na divulgação de informações relevantes. Eike, já ciente dos dados, teria negociado ações da OGX e da OSX enquanto dava declarações otimistas no Twitter.
A investigação partiu da declaração de inviabilidade dos campos de Tubarão Azul, Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, no ano passado. Entre 2009 e julho de 2011, a empresa fez divulgações sempre positivas sobre o potencial dos campos.
A OGX protagonizou, em outubro de 2013, o maior pedido de recuperação judicial da história por uma empresa latino-americana, após o fracasso de sua campanha exploratória.
A petroleira, que já foi considerada o ativo mais precioso de Eike, teve prejuízo de 17,4 bilhões de reais no ano passado.
Os Processos
O processo, onde Eike é acusado de suposta prática de manipulação de preços e negociação de papéis da petroleira, foi o segundo por "insider trading" aberto contra o controlador do grupo EBX.
A CVM também apura se Eike negociou ações da OSX utilizando informação relevante não divulgada ao mercado. Nesse último as defesas já foram apresentadas e estão em apreciação pela relatora do caso, a diretora Luciana Dias.
Em ambos os casos Eike Batista responde como acionista controlador e presidente do conselho das companhias.
Ao todo há seis processos sancionadores movidos pela CVM para apurar supostas irregularidades nas empresas X.
Valor de mercado em de novembro de 2013: R$ 485 milhões
A OGX precisa de 150 milhões de dólares até janeiro de 2014 para quitar seus compromissos, segundo reportagem do Valor Econômico. A petrolífera de Eike Batista pediu recuperação judicial em 30 de outubro.
Valor de mercado em de novembro de 2013: R$ 159 milhões
Depois da OGX, a OSX também se encontrou na iminência de um pedido de recuperação judicial. Além disso, o Conselho da OSX demitiu Marcelo Gomes do cargo de diretor-presidente e elegeu Ivo Dworschak Filho para a posição. Ele acumulará a nova atribuição com a de diretor de Construção Naval. O pedido era amplamente esperado e foi aprovado pelo Conselho de Administração em caráter de urgência.
Valor de mercado em de novembro de 2013: R$ 672 milhões
A companhia de mineração fundada por Eike Batista anunciou recentemente a venda da MMX Chile, sua subsidiária naquele país. O negócio agora pertence a Cooper Mining, que pode pagar até 40 milhões de dólares pela aquisição da empresa.
Valor de mercado em de novembro de 2013: R$ 2,5 bilhões A Eneva , ex-MPX, assinou um contrato juntamente com a Cambuhy Investimentos e com a E.ON, para investimento na OGX Maranhão, unidade da OGX Petróleo e Gás, que permitirá à companhia dar prosseguimento às operações e projetos de exploração. Pelo acordo, o investimento será realizado via aumento de capital na OGX Maranhão, no qual a Cambuhy subscreverá ações equivalentes a 200 milhões de reais e a E.ON participará com 50 milhões de reais. A Cambuhy tem entre os sócios a família Moreira Salles.
Valor de mercado em de novembro de 2013: R$ 2,1 bilhões A LLX informou recentemente que o executivo Marcus Berto renunciou aos cargos de diretor presidente e diretor de Relações com Investidores, que acumulava desde novembro de 2012. Berto foi decisivo na negociação com o fundo EIG Global Energy Partners, que no início do mês, concluiu o processo de aquisição da empresa de logística de Eike Batista, iniciado em agosto.
Valor de mercado em de novembro de 2013: R$ 172 milhões A CCX Carvão da Colômbia anunciou que sua controlada indireta CCX Colombia celebrou um memorando de entendimentos com a companhia turca Yildirim Holding A.S. para a venda de ativos. Foram estabelecidos os termos e condições para a venda dos projetos de mineração a céu aberto Cañaverales e Papayal pelo valor aproximado de US$ 50 milhões e do projeto de mineração subterrânea de San Juan, incluindo o projeto de infraestrutura logística (ferrovia e porto), por cerca de US$ 400 milhões.