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É o fim? Novo dono da Victoria’s Secret quer desfazer aquisição

Para o controlador, as ações que a Victoria's Secret tomou contra a pandemia do novo coronavírus em março violam o contrato

Victoria's Secret: A firma de private equity Sycamore Partners entregou um pedido para cancelar a compra (Taylor Hill / Colaborador/Getty Images)

Victoria's Secret: A firma de private equity Sycamore Partners entregou um pedido para cancelar a compra (Taylor Hill / Colaborador/Getty Images)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 22 de abril de 2020 às 18h30.

Última atualização em 22 de abril de 2020 às 18h30.

A Victoria's Secret, marca de lingerie e roupa feminina que há anos sofre com a mudança de comportamento das consumidoras, pode ter perdido a chance para se reestruturar. O novo dono da companhia, que em fevereiro deste ano comprou uma fatia de 55% e que estava desenvolvendo um plano para reestruturar a empresa, quer desfazer a transação. 

A firma de private equity Sycamore Partners entregou um pedido para cancelar a compra, assim como entrou com um processo na corte do estado de Delaware, nos Estados Unidos, para garantir que esse movimento é legal, diz um comunicado feito pela L Brands, empresa mãe da Victoria’s Secret.

Para o controlador, as ações que a Victoria's Secret tomou contra a pandemia do novo coronavírus, como fechamento de loja, suspensão do aluguel e licença para os funcionários, violam o contrato. A empresa tem 2.920 lojas nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e China e os produtos também são vendidos em 700 lojas pelo mundo.

Quando foi adquirida, a Victoria's Secret já vinha sofrendo há anos com queda nas vendas. A marca cresceu em torno de uma ideia de feminilidade sexy, com modelos magras e desfiles famosos, imagem hoje questionada por muitas consumidoras.

Uma participação majoritária foi vendida em fevereiro deste ano para a firma de private equity por cerca de 525 milhões de dólares, avaliando a empresa em 1,1 bilhão de dólares. A transação dividiu a marca de cosméticos Bath & Body Works, que representou a maior parte do lucro da empresa no ano passado, em uma empresa distinta. 

O novo dono tem um histórico de comprar varejistas em dificuldades para reerguê-las, muitas vezes com grandes fechamentos de lojas. Entre algumas empresas americanas que a empresa reestruturou estão Staples, de materiais de escritório, Hot Topic, de moda, entre outros.

"Com um reconhecimento da da marca global e incomparável e lealdade dos clientes, acreditamos que há uma oportunidade significativa para revigorar o crescimento e melhorar a lucratividade da Victoria's Secret", afirmou o diretor da Sycamore Partners Stefan Kaluzny, na ocasião da aquisição. "Estamos ansiosos para fazer parceria com a equipe de liderança para perseguir esses objetivos".

O cenário, agora, é outro, e a recuperação da varejista, com a maior parte de suas lojas fechadas e um controlador que busca desfazer a transação, pode ser mais desafiadora que nunca.

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