Negócios

E-commerce vende R$ 33 bilhões na pandemia puxado por alimentos e bebidas

Levantamento mostra que um quarto dos consumidores compraram na internet pela primeira vez; veja quais foram os segmentos que mais cresceram

Compras pela internet: setor teve salto histórico na pandemia (Foto/Thinkstock)

Compras pela internet: setor teve salto histórico na pandemia (Foto/Thinkstock)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 22 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 22 de julho de 2020 às 17h03.

O período de isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus fez as vendas pela internet dispararem como nunca antes. Um levantamento da empresa de inteligência de mercado Neotrust/Compre&Confie mostrou que o faturamento das vendas online no segundo trimestre de 2020 foi de 33 bilhões de reais, alta de 104% em relação ao mesmo período de 2019, quando o faturamento ficou em 16 bilhões de reais.

“Antes, as vendas pela internet representavam cerca de 5% do total do varejo. Em abril essa proporção chegou a 11%, e em maio chegou a 13%. É um momento histórico para o varejo online”, diz André Dias, diretor executivo da Neotrust/Compre&Confie.

Os segmentos que mais cresceram no período foram alimentos e bebidas, com alta de 241%; seguida por itens de cama, mesa e banho, com alta de 236%; brinquedos, que subiram 211%; móveis, com alta de 174%; e eletroportáteis, com alta de 164%.

Um dos destaques do levantamento, na visão de Dias, é o aumento na venda de bens não duráveis e perecíveis, como alimentos, cosméticos e moda. “O brasileiro estava mais acostumado a comprar eletrônicos e eletrodomésticos pela internet. Agora vemos produtos de mais alto giro ganharem relevância”, diz.

Outro ponto é a chegada de novos consumidores. De acordo com o levantamento, 24% dos consumidores que compraram pela internet nesse período nunca tinham feito uma compra virtual antes. No período, 23,6 milhões de pessoas compraram pela internet, sendo que 5,7 milhões de pessoas o fizeram pela primeira vez.

“Esse novo consumidor, que comprou o primeiro produto pela internet, viu que a compra online é uma opção, perdeu o medo. Aquele que já estava habituado, passou a comprar outras categorias”, diz Dias.

Com a ampliação das vendas, em especial de categorias com maior recorrência, vêm também os desafios. O principal deles, segundo o executivo, é a logística. “Antes da pandemia, o prazo médio de entrega de um produto era de sete dias, agora é dez dias. A questão é que quem compra alimentos ou remédios quer receber o produto no mesmo dia, ou no máximo no dia seguinte”, afirma.

O novo parâmetro no tempo de entrega vai exigir que as empresas invistam mais em parcerias e soluções para garantir entregas rápidas. Recentemente, o Mercado Livre anunciou a instalação de um centro de distribuição na Bahia. A Amazon já havia anunciado um centro de distribuição em Pernambuco.

Neotrust

O crescimento do e-commerce impulsionou também mudanças na própria consultoria Compre&Confie, que passa a se chamar Neotrust. A empresa é parte da ClearSale, que criou recentemente uma holding, batizada de T. Group e com foco em compras online.

Fazem parte do T. Group a Compre&Confie, que passa a atuar como aceleradora de negócios, a Send4, especializada em logística reversa de compras, a Lomadee, com foco em marketing, a Neotrust, focada em inteligência de dados e a VIPy, um aplicativo para consumidores rastrearem compras online feitas com seu CPF.

Acompanhe tudo sobre:e-commerce

Mais de Negócios

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões

Haier e Hisense lideram boom de exportações chinesas de eletrodomésticos em 2024