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Fabricante da Catuaba Selvagem lança opções de gim e vodca a R$ 3,50

Um dos objetivos é surfar na onda do crescimento do gim no Brasil, que vem atraindo o gosto dos consumidores, mas cujo litro ainda custa mais de 60 reais

Vodca Ousadia: nova linha da Arbor Brasil, fabricante da Catuaba Selvagem, será vendida a 3,50 reais (Arbor/Divulgação)

Vodca Ousadia: nova linha da Arbor Brasil, fabricante da Catuaba Selvagem, será vendida a 3,50 reais (Arbor/Divulgação)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 16h19.

Última atualização em 14 de junho de 2021 às 13h15.

A fabricante de vinhos e derivados Arbor Brasil vai lançar novas opções de bebidas tentando repetir o sucesso de sua marca mais famosa, a Catuaba Selvagem.

A empresa anunciou que colocará no mercado uma nova opção de vodca saborizada, batizada de Ousadia e vendida a 3,50 reais a garrafa de 500 ml. O lançamento vem ao lado de uma reformulação no gim Nirvana, vendido a 10 reais a garrafa de 1 litro e que já foi lançado em junho deste ano.

Como na Selvagem, que introduziu com sucesso opções de catuaba com açaí e limão, os novos produtos também terão preços baixos, sabores variados e foco no público jovem de diferentes classes sociais.

A vodca Ousadia virá nas opções limão, abacaxi, banana, pêssego, morango, mate limão. O gim Nirvana será oferecido nas versões tradicional, blueberry, frutas vermelhas, limão, maçã verde e tangerina.

Um dos objetivos é surfar a onda do crescimento do gim no Brasil, que vem cada vez mais atraindo o gosto dos consumidores por seu alto teor alcoólico e um sabor menos forte do que outros destilados, como a cachaça. Entre 2012 e 2017, o gim cresceu 150% e é a terceira bebida destilada mais consumida no país, atrás de cachaça e vodca. São 1,8 milhão de litros consumidos por ano, e, até 2022, o consumo de gim crescerá 220% no país.

Outro relatório, da Nielsen, de junho de 2018, coloca o gim com alta de 191% nos últimos 12 meses. Já o consumo de vodca teve alta de 7% no mesmo período, puxado sobretudo por vodcas mais populares, em detrimento de marcas premium.

Enquanto as vodcas saborizadas têm um mercado de produtos baratos consolidado (com rótulos como Askov e Corote), no segmento do gim, o preço ainda é uma das barreiras, com o custo médio do litro de gim sendo de 61,83 reais, ainda segundo a Nielsen. A Arbor tenta chegar a um público que não está disposto a pagar tão caro.

Atrair o público com um sabor mais palatável, acompanhada de preços baixos, foi um dos trunfos da Catuaba, hoje principal produto da Arbor. Vendida a cerca de 12 reais a garrafa de 1 litro, a Catuaba Selvagem existe desde 1992, mas teve seu auge a partir de 2016, quando passou a se tornar referência de "bebida do Carnaval". O produto é feito à base de vinho tinto, enriquecida com extrato de Catuaba, Marapuama e Guaraná. Ao longo dos vinte e quatro anos de história, a receita sempre foi a mesma. Seu preço baixo atraiu sobretudo os mais jovens, como estudantes universitários em busca de bebidas baratas -- sem se importar muito com a qualidade.

As bebidas da Arbor também nascem dentro do conceito "pronto para beber", impulsionado pelo costume de compartilhar a bebida direto do garrafa, dispensando o uso de copos. A Arbor projeta ser líder no segmentos de "pronto para beber" para bebidas de gim e vodca. Além da Catuaba Selvagem, a empresa produz também bebidas como as vodcas Komaroff e Syn Ice e as cervejas Therezópolis e Sul Americana, todas com baixo ticket médio.

Para Alan Kuhar, professor de administração da ESPM e especializado no mercado de bebidas, os novos produtos não vão brigar com marcas mais caras de gim ou vodca, mas terão como público exatamente os mesmos consumidores da Catuaba Selvagem. A Arbor pode se beneficiar em pontos como a logística, uma vez que já têm conhecimento dos pontos de venda mais adequados a esse público. "Em vez de vender uma caixa de Selvagem, ela pode vender na mesma loja outros produtos e triplicar o faturamento", diz o especialista.

Assim, a Arbor espera que os novos produtos sejam tão bem-sucedidos quanto foi sua catuaba. O teste definitivo virá no Carnaval, em cinco meses.

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