Diretores da Siemens são acusados de subornos nos EUA
SEC investiga se oito executivos da empresa pagaram 100 milhões de dólares por um contrato na Argentina
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2011 às 15h51.
Nova York - A Comissão da Bolsa de Valores dos Estados Unidos (SEC, na sua sigla em inglês) acusou nesta terça-feira oito executivos da Siemens de terem negociado ali pagamentos de mais de US$ 100 milhões em subornos para que o grupo alemão recebesse um contrato na Argentina.
O regulador americano apresentou um requerimento no Tribunal Federal de Distrito de Manhattan no qual assegura que estes diretores entregaram o dinheiro a funcionários dos Governos dos ex-presidentes argentinos Carlos Menem (1989-1999) e Fernando de la Rúa (1999-2001).
De acordo com a SEC, os executivos falsificaram documentos como faturas e contratos de consultoria e negociaram nos EUA os termos dos pagamentos, que foram efetuados através de contas em bancos americanos.
Segundo o processo, os fatos remontam a 1998, quando a Siemens conseguiu um contrato no valor de US$ 1 bilhão para fabricar 42 milhões de novos documentos nacionais de identidade na Argentina.
Um ano antes, a empresa alemã já havia começado a subornar funcionários argentinos para garantir a licitação, que primeiro foi suspensa pela mudança de Governo em 2001 e finalmente foi cancelada definitivamente.
O total do dinheiro entregue superou os US$ 100 milhões, sendo que US$ 31,3 milhões foram distribuídos a partir do dia 12 de março de 2001, quando a Siemens começou a cotar na Bolsa de Nova York e a estar sob a supervisão da SEC.
Os representantes da Siemens continuaram efetuando pagamentos em uma tentativa de reviver o projeto até o início de 2007, de acordo com o texto da denúncia.
Além disso, quando a empresa iniciou um processo de arbitragem para recuperar seus custos e lucros esperados do contrato cancelado, pagou mais subornos para ocultar as provas de como alcançou o contrato original.
A Siemens pôde assim levar US$ 217 milhões mais juros, quantidade à qual renunciou quando em 2009 chegou a um acordo com as autoridades de Alemanha, Argentina e EUA para resolver os processos apresentados contra a companhia nesses países, e pelo qual teve que pagar uma multa adicional de US$ 448 milhões, explicou a SEC.
Por outra parte, o Departamento de Justiça dos EUA também apresentou hoje contra os diretores acusações de conspiração para violar a Lei de Práticas Corruptas, transferência ilegal de capital e lavagem de dinheiro.
'Os negócios deveriam favorecer a empresa com o melhor produto e o melhor preço, não o melhor suborno', ressaltou em comunicado o diretor da Divisão de Investigação da SEC, Robert Khuzami, frisando que 'a corrupção afeta a confiança pública e a transparência de nossos mercados comerciais'.
O promotor de Manhattan, Preet Bahrara, destacou que os executivos da Siemens 'subornaram funcionários governamentais argentinos em um bem-sucedido complô para levar uma licitação pública, e quando o projeto foi cancelado, tentaram recuperar os benefícios de um contrato adjudicado de forma ilegítima'.
Nova York - A Comissão da Bolsa de Valores dos Estados Unidos (SEC, na sua sigla em inglês) acusou nesta terça-feira oito executivos da Siemens de terem negociado ali pagamentos de mais de US$ 100 milhões em subornos para que o grupo alemão recebesse um contrato na Argentina.
O regulador americano apresentou um requerimento no Tribunal Federal de Distrito de Manhattan no qual assegura que estes diretores entregaram o dinheiro a funcionários dos Governos dos ex-presidentes argentinos Carlos Menem (1989-1999) e Fernando de la Rúa (1999-2001).
De acordo com a SEC, os executivos falsificaram documentos como faturas e contratos de consultoria e negociaram nos EUA os termos dos pagamentos, que foram efetuados através de contas em bancos americanos.
Segundo o processo, os fatos remontam a 1998, quando a Siemens conseguiu um contrato no valor de US$ 1 bilhão para fabricar 42 milhões de novos documentos nacionais de identidade na Argentina.
Um ano antes, a empresa alemã já havia começado a subornar funcionários argentinos para garantir a licitação, que primeiro foi suspensa pela mudança de Governo em 2001 e finalmente foi cancelada definitivamente.
O total do dinheiro entregue superou os US$ 100 milhões, sendo que US$ 31,3 milhões foram distribuídos a partir do dia 12 de março de 2001, quando a Siemens começou a cotar na Bolsa de Nova York e a estar sob a supervisão da SEC.
Os representantes da Siemens continuaram efetuando pagamentos em uma tentativa de reviver o projeto até o início de 2007, de acordo com o texto da denúncia.
Além disso, quando a empresa iniciou um processo de arbitragem para recuperar seus custos e lucros esperados do contrato cancelado, pagou mais subornos para ocultar as provas de como alcançou o contrato original.
A Siemens pôde assim levar US$ 217 milhões mais juros, quantidade à qual renunciou quando em 2009 chegou a um acordo com as autoridades de Alemanha, Argentina e EUA para resolver os processos apresentados contra a companhia nesses países, e pelo qual teve que pagar uma multa adicional de US$ 448 milhões, explicou a SEC.
Por outra parte, o Departamento de Justiça dos EUA também apresentou hoje contra os diretores acusações de conspiração para violar a Lei de Práticas Corruptas, transferência ilegal de capital e lavagem de dinheiro.
'Os negócios deveriam favorecer a empresa com o melhor produto e o melhor preço, não o melhor suborno', ressaltou em comunicado o diretor da Divisão de Investigação da SEC, Robert Khuzami, frisando que 'a corrupção afeta a confiança pública e a transparência de nossos mercados comerciais'.
O promotor de Manhattan, Preet Bahrara, destacou que os executivos da Siemens 'subornaram funcionários governamentais argentinos em um bem-sucedido complô para levar uma licitação pública, e quando o projeto foi cancelado, tentaram recuperar os benefícios de um contrato adjudicado de forma ilegítima'.