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Diretora jurídica da Uber, Salle Yoo, deixará empresa

A saída de Yoo não foi uma surpresa para as pessoas de dentro, que ficaram preocupadas quando os problemas jurídicos da Uber se acumularam

Uber: a diretora informou que deixará a empresa depois de ajudar Khosrowshahi a encontrar seu sucessor (Angel Navarrete/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2017 às 15h58.

São Francisco - Dara Khosrowshahi, o novo CEO da Uber Technologies , apresentou um conjunto inicial de planos durante uma reunião de equipe na terça-feira para recolocar a atribulada empresa de transporte compartilhado no rumo certo. Ele afirmou que sua principal prioridade era contratar um diretor financeiro capaz de ajudar a empresa a equilibrar sua necessidade de controlar os gastos com o crescimento contínuo, disseram duas pessoas que ouviram a apresentação.

Khosrowshahi também está buscando substituto para a diretora jurídica de longa data da Uber, embora o tema não tenha sido mencionado na reunião, disseram as pessoas, que pediram anonimato por discutirem questões internas. Horas depois, a diretora jurídica, Salle Yoo, enviou e-mail aos funcionários afirmando que deixará a empresa depois de ajudar Khosrowshahi a encontrar seu sucessor.

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Yoo comanda o departamento jurídico da Uber há cerca de cinco anos. Apesar de ter sido em grande parte bem-sucedida em ajudar a empresa a lidar com dilemas regulatórios complicados, a empresa de São Francisco atualmente enfrenta um pesadelo jurídico. Entre os assuntos há investigações federais sobre possíveis pagamentos de subornos no exterior e o uso de software para evitar ações policiais, além de processos judiciais sobre supostos maus-tratos a motoristas, manipulação incorreta de registros médicos de uma vítima de estupro na Índia, roubo de segredos comerciais e esforços ilícitos para tirar informações de concorrentes.

O anúncio sobre a saída de Yoo foi antecipado por uma reportagem publicada na terça-feira no site de tecnologia The Information, disse ela no e-mail obtido pela Bloomberg. Yoo sugeriu que tiraria um tempo para descansar antes de começar a trabalhar em um novo empreendimento. “Por favor, saibam que estou extremamente orgulhosa do trabalho que realizamos juntos”, escreveu.

A saída de Yoo não foi uma surpresa para as pessoas de dentro, que ficaram preocupadas quando os problemas jurídicos da Uber se acumularam. Joseph Spiegler, diretor global de compliance que era encarregado de assegurar que a Uber seguisse a lei, também renunciou recentemente. Mas o cargo de Yoo é uma função particularmente importante que Khosrowshahi precisa preencher, entre muitas outras. A rotatividade de executivos tem sido grande neste ano, com as perdas do presidente da empresa, de dois membros do conselho e dos diretores de negócios, engenharia, finanças, política, produtos e carros autônomos.

Khosrowshahi, o ex-CEO da Expedia que assumiu a Uber na semana passada, disse aos funcionários na terça-feira que não está convencido de que a empresa precise de um diretor de operações, segundo uma pessoa que participou da reunião. Seu antecessor, Travis Kalanick, havia dito que precisava encontrar alguém para a função para ajudar a liderança. Khosrowshahi, 48, reafirmou que queria que o conselho escolhesse um presidente independente.

Embora a disciplina financeira seja um grande objetivo para o novo CEO, ele disse que não quer alcançá-la à custa de participação no mercado. Isso é mais fácil de falar do que de fazer. A Uber perdeu US$ 645 milhões no segundo trimestre, enquanto sua principal concorrente nos EUA, a Lyft, conseguiu ganhar clientes. Khosrowshahi disse que o caminho para recuperar participação de mercado seria melhorar a reputação da empresa.

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