Dia do Empreendedorismo Feminon (monkeybusinessimages/Thinkstock)
Neste 19 de novembro comemoramos o Dia do Empreendedorismo Feminino. Para minhas amigas, parabéns pelo dia e seguimos juntas nessa jornada. Hoje é também uma oportunidade para refletir sobre a evolução das mulheres que empreendem e os desafios que ainda temos que superar.
Segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor, em 2020, no ano da pandemia, o Brasil possuía 30 milhões de mulheres liderando negócios. Na pandemia, os negócios das mulheres foram duramente afetados, uma vez que a maioria atua em setores como alimentação e beleza — serviços que tiveram suas portas fechadas pela quarentena.
Segundo outra pesquisa do Instituto RME, braço social da Rede Mulher Empreededora, 39% dos negócios conduzidos por mulheres interromperam suas atividades em função da pandemia.
Em 2020, os bastidores da Rede Mulher Empreendedora estavam a pleno vapor. Capacitações, mentorias e eventos presenciais em andamento por todo Brasil. Quando a pandemia chegou, tudo mudou.
Uma das primeiras mudanças foi a migração para o virtual. Com isso, entendemos que apoiar mulheres em vulnerabilidade social seria o maior desafio.
Segundo o IBGE, em 2019, 37 milhões de brasileiros não tinham acesso à internet por não saber usar ou não possuir qualquer equipamento eletrônico. Nesse cenário, antes da capacitação virtual, abraçamos a inclusão digital com tutoriais das ferramentas de vídeo conferência e chegamos a fazer até um curso áudio-aulas via Whatsapp.
Para aquelas que já empreendiam, atuamos com a digitalização dos negócios e o acesso ao microcrédito, para garantir a sobrevivência dos negócios.
Além dos desafios no negócio, temas como a jornada dupla, tarefas domésticas e cuidado com os filhos foram amplamente debatidos. Ponto positivo para a evolução da nossa sociedade.
Segundo pesquisa do Instituto RME de 2022, 38% dos negócios entrevistados tinham até dois anos de existência, ou seja, foram iniciados durante a pandemia da Covid-19.
Contudo, para as mulheres empreendedoras, os desafios se mantiveram, mesmo após as fases mais agudas da pandemia. Cerca de 41% das empreendedoras disseram que a receita de suas empresas ainda não é suficiente para pagar as despesas do negócio, e apenas 54% delas controlam suas despesas corporativas com planilhas de Excel, aplicativos de celular, entre outros meios.
Do lado da Rede Mulher Empreendedora, as ações presenciais estão voltando, mas entendemos que o uso da internet pode ser vantajoso em alguns cenários. Vimos também uma maior conscientização das discussões do papel da mulher na sociedade.
Como qualquer desafio social, o gênero, diversidade e inclusão devem ter a colaboração de várias pessoas, governo e empresas. A pandemia despertou e acelerou a união dos setores em prol de causas sociais.
Vamos nos manter unidas em rede. Juntas somos mais fortes e enfrentaremos melhor os desafios.