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Desaquecimento de emergente durará anos, diz CEO da Unilever

Companhia disse que o crescimento em retrocesso nos mercados emergentes pesaria nas vendas do segundo semestre


	Paul Polman, CEO da Unilever: "são economias relativamente mais fortes ainda, mas continuam sendo frágeis”, disse
 (Shaul Schwarz/Getty Images for Unilever)

Paul Polman, CEO da Unilever: "são economias relativamente mais fortes ainda, mas continuam sendo frágeis”, disse (Shaul Schwarz/Getty Images for Unilever)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 22h24.

Genebra - O presidente da Unilever, Paul Polman, disse que o desaquecimento econômico nos mercados emergentes chegou para ficar, já que muitos países precisam promulgar reformas estruturais para se ajustar a novas condições após o boom dos últimos anos.

“São economias relativamente mais fortes ainda, mas continuam sendo frágeis”, disse Polman. “E pode-se ver que esse crescimento diminuiu um pouco. Obviamente, a menor demanda na Europa e nos EUA não ajuda. Isso durará alguns anos e somente será corrigido se algumas das reformas forem feitas nesses lugares”.

A Unilever, a segunda maior fabricante de produtos de consumo do mundo, disse em 30 de setembro que o crescimento em retrocesso nos mercados emergentes pesaria nas vendas do segundo semestre. A companhia realiza mais de metade das suas vendas nessas economias, em países como a Índia e a China. As chamadas vendas subjacentes elevaram-se 3,2 por cento no terceiro trimestre, o menor aumento em quatro anos e abaixo do ritmo de 5 por cento do primeiro semestre, informou a fabricante anglo-holandesa do chá Lipton, em 24 de outubro.

“Sempre me surpreende ser um dos que parece ter que anunciar que há um desaquecimento nos mercados emergentes”, disse Polman em 29 de novembro, durante uma cerimônia em que recebeu a Medalha de Conservação Duque de Edimburgo de 2013 do World Wildlife Fund pelos esforços da Unilever para reduzir os danos ao meio ambiente.

Queda das ações

As ações operadas em Amsterdã caíram 1 por cento para 28,71 euros. A desvalorização das moedas na Índia, no Brasil e na Indonésia pesou sobre o crescimento das vendas, disse a companhia.

Os investidores têm injetado dinheiro nos mercados emergentes desde 2008, incentivados pela liquidez gerada pelos Bancos Centrais, disse Polman. A declaração realizada em 19 de junho pelo presidente da Reserva Federal, Ben S. Bernanke, de que o Fed poderia começar a reduzir seus esforços de estímulo neste ano aumentou a pressão sobre os mercados emergentes, disse Polman.

“As pessoas pensaram que as taxas de juros nos EUA voltariam a subir e então o dinheiro voltou aos EUA”, disse o executivo holandês. “Viram-se muitas dessas moedas de mercados emergentes desvalorizando-se entre 10 e 15 por cento. Felizmente, esses países são mais fortes, então não temos outra crise asiática”.

Polman é o primeiro presidente da uma grande multinacional a receber o prêmio de conservação Duque de Edimburgo desde que este começou a ser entregue em 1970. Ele falou em Genebra.

“É uma grande honra”, disse ele a respeito do prêmio. “O WWF claramente entendeu que é preciso assumir alguns riscos trabalhando junto com as pessoas e coalizões para levar as coisas adiante”.

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