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Depreciação e Imposto de Renda reduzem lucro do Pão de Açúcar

Adequação da contabilidade a novas normas e despesas com tributos diminuíram lucro do grupo em 30,5% no ano passado

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

O Grupo Pão de Açúcar fechou 2005 com lucro líquido consolidado de 256,990 milhões de reais. O valor representa uma queda de 30,5% sobre os 369,830 milhões obtidos em 2004. O desempenho ficou bem abaixo das previsões dos analistas. A Fator Corretora, por exemplo, estimava um lucro de 329,7 milhões. Já o Banco UBS esperava, somente para o quarto trimestre, um resultado 33% superior aos 64,788 milhões divulgados.

Segundo comunicado da empresa, as vendas brutas cresceram 5,4% no ano, atingindo 16,1 bilhões de reais. O crescimento foi marcado, sobretudo, pelo forte resultado do primeiro trimestre, quando as vendas subiram 15,5%. Nos meses seguintes, a performance foi bem inferior, com expansão de 1,2%, 2,8% e 3,4%, no segundo, terceiro e quarto trimestres, respectivamente.

O desempenho das vendas, porém, não é o responsável pela queda do lucro líquido. Mesmo computando um aumento de 6,1% no custo total das mercadorias vendidas, o lucro bruto do grupo, 3,2975 bilhões de reais, foi 8,2% superior ao de 2004. A companhia também foi bem-sucedida na contenção das despesas operacionais, segundo relatório do UBS. Essa conta subiu 6,7%, para 2,805 bilhões. Assim, o lucro operacional pôde crescer 8,1%, para 228,122 milhões de reais.

Depreciação e impostos

De acordo com o Pão de Açúcar, o que prejudicou o resultado foi a adequação de suas demonstrações a novas normas e o aumento do Imposto de Renda a pagar. A Norma Brasileira de Contabilidade T 19.5 determina mudanças nos critérios de amortização de benfeitorias em imóveis de terceiros. Assim, o Pão de Açúcar passou a registrar a amortização das benfeitorias segundo os prazos de vencimento dos contratos de arrendamento dos imóveis, sem considerar mais eventuais renovações de contrato.

Por isso, o total de depreciação e amortização cresceu 27,7% no ano passado, de 489,569 milhões para 625,281 milhões de reais. O maior impacto dos novos procedimentos ocorreu no quarto trimestre. Essa conta subiu 66,3%, de 143,538 milhões para 238,655 milhões.

Outro fator que comprometeu os ganhos do Pão de Açúcar foi o Imposto de Renda. Em 2004, a companhia obteve créditos fiscais de 49,544 milhões de reais para esse tributo. No ano passado, porém, a companhia contabilizou uma despesa de 52,994 milhões nesse item.

No ano passado, o Grupo Pão de Açúcar passou por momentos decisivos. Em maio, o empresário Abílio Diniz fechou um acordo para compartilhar o comando da rede varejista com o grupo francês Casino, que aportou 407 milhões de euros no negócio para ampliar sua fatia acionária. Há dois meses, o ex-presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, assumiu a presidência executiva do grupo, com a missão de acelerar o crescimento da rede.

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