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Depois de cair 85%, Netshoes vai decepcionar outra vez?

Desde que abriu o capital, nos Estados Unidos, a empresa tem apresentado sequenciais prejuízos. Hoje não deve ser diferente

NETSHOES: varejista deve apresentar pequena queda no lucro, mas também no faturamento  / Germano Lüders/EXAME

NETSHOES: varejista deve apresentar pequena queda no lucro, mas também no faturamento / Germano Lüders/EXAME

EH

EXAME Hoje

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 06h14.

Última atualização em 9 de agosto de 2018 às 07h01.

A varejista digital Netshoes, líder no segmento de equipamento esportivo na América Latina, divulga nesta quinta-feira seu resultado trimestral e tem a chance de mudar a visão negativa de investidores. No último ano, as ações da empresa recuaram 84,82%, e o valor de mercado é atualmente de 92 milhões de dólares, muito menor do que os 376,19 milhões do IPO no começo do ano passado. 

Desde que abriu o capital, nos Estados Unidos, a empresa tem apresentado sequenciais prejuízos. Hoje não deve ser diferente. É esperado que a Netshoes tenha perdas de 0,40 centavos de dólar por ação, uma redução em relação ao prejuízo do segundo semestre do ano passado, quando as perdas foram de 0,45 centavos por ação. No primeiro trimestre do ano passado, o prejuízo registrado foi de 37,58 milhões de reais; este ano, aumentou para 60,21 milhões de reais.

O faturamento deve cair para 495,5 milhões de reais, valor 5,77% menor do que há um ano. Na última apresentação do balanço aos investidores, Marcio Kumruian, presidente e fundador da Netshoes, afirmou que o desempenho no trimestre “reflete, em parte, o ambiente de consumo no Brasil, que ainda não acompanha o ritmo lento de melhoria do clima macroeconômico.”

O grande problema da companhia é não conseguir convencer seus investidores de que tem um plano de crescimento sustentável. O número de usuários registrados até cresceu 21% no primeiro trimestre do ano, de 19.011 para 23.068  — desses, 6.760 são considerados ativos, 19,8% a mais do que no ano anterior. O problema é que a empresa cresce muito menos do que deveria, e gasta cada vez mais para conquistar novos clientes. Em entrevista em abril a EXAME, Kumruian afirmou que não estava em uma corrida de 100 metros, mas em uma maratona. A linha de chegada continua indo cada vez mais para longe. 

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