Depois de 3 anos, Volkswagen Caminhões volta ao azul
Retomada do mercado brasileiro diminuiu a ociosidade da fábrica e melhorou os negócios na América Latina
Mariana Desidério
Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 08h43.
Última atualização em 6 de dezembro de 2018 às 08h45.
São Paulo – Depois de passar por três anos no vermelho, a operação da América Latina da Volkswagen Caminhões e Ônibus terá seu desempenho novamente no azul. O presidente da montadora para a região, Roberto Cortes, disse que a retomada do mercado brasileiro neste ano está consolidada, o que permitiu melhorar os negócios da empresa por aqui.
“Estou convicto de que se encerra oficialmente um dos períodos de crise mais sérios pelo qual o Brasil estava nos últimos três anos. As vendas de caminhões cresceram 49%de janeiro a novembro. Eu, que sou um otimista de plantão, não esperava uma evolução dessas. O pior já passou”, disse Cortes. “2019 será o ano da recuperação da rentabilidade.”
Segundo dados da Federação Brasileira dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fanabrave), de janeiro a novembro foram vendidos 69 mil caminhões . A expectativa é que neste ano, o mercado doméstico absorva 75 mil unidades. “Nós crescemos 51% nesse período e isso só conseguimos com a nova linha de caminhões leves e médios Delivery”, afirmou o executivo.
Com a retomada do mercado, Cortes ressaltou que a fábrica, em Resende (RJ) já está trabalhando em ritmo maior para atender os pedidos no Brasil. “A linha de produção dos caminhões leves e médios está em um turno mas a cadência de produção está maior. Já a linha de montagem de caminhões maiores e de ônibus já abrimos o segundo intervalo de trabalho. Para dar conta da demanda”, contou.
Aumento de preços
O ritmo mais acelerado da produção reduziu a ociosidade da fábrica em 15 pontos percentuais. No auge da crise, em 2016 e 2017, a montadora utilizava somente 25% de sua capacidade produtiva. Hoje, esse percentual subiu para 40%. A Volkswagen Caminhões e ônibus pode fabricar em Resende 80 mil veículos em três turnos de trabalho.
“Foi uma redução muito drástica no mercado e na produção. Saímos de três turnos de produção cheios e fomos para 1 turno trabalhando quatro dias por semana. Agora, estamos retomando aos poucos o ritmo de produção e por isso, contratamos mais 350 pessoas.”
Atualmente, a montadora emprega 3,5 mil funcionários em Resende.
Cortes não descartou uma recomposição dos preços no ano que vem. Segundo ele, no período de crise os custos subiram muito e não foram repassados em sua totalidade para o mercado.
“Em função da queda de mercado ocorreu uma defasagem no custo. Vai ter que equacionar de algum jeito. O volume está vindo e 2019 as vendas devem crescer pelo menos dois dígitos. Agora, o preço terá que vir também”, afirmou o executivo.