Demanda fraca no Brasil afetará grandes siderúrgicas
Mais dependentes do mercado interno, grandes siderúrgicas podem ter vendas afetadas neste ano
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2016 às 09h43.
São Paulo - Mais dependentes do mercado interno, as vendas de importantes grupos, como a Usiminas , que enfrenta uma das maiores disputas societárias em curso no Brasil, e da Companhia Siderúrgica Nacional ( CSN ), do empresário Benjamin Steinbruch, poderão ser afetadas este ano.
Os dois grupos, altamente endividados, também colocaram ativos à venda, mas as conversas ainda não avançaram, segundo fontes ouvidas pela reportagem.
No caso da Usiminas, que tem uma dívida bruta de R$ 7,4 bilhões (até março), há poucos ativos "líquidos" à venda: imóveis, além da Usiminas Mecânica, de bens de capital.
O Credit Suisse está com o mandato. A expectativa, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto, é que as renegociações das dívidas deem fôlego para que a companhia possa ter mais tempo para vender os ativos.
A CSN também anunciou no ano passado uma série de desinvestimentos. O Bradesco BBI tem o mandado para algumas operações, como o Terminal de Contêineres (Tecon), de Sepetiba (RJ), que teria recebido ofertas no início do ano. A fatia da companhia na ferrovia MRS e duas usinas hidrelétricas também foram colocadas à venda.
Com uma dívida bruta de R$ 33,1 bilhões no primeiro trimestre, a CSN conseguiu alongar parte de seus débitos, sobretudo com os bancos públicos.
"O grupo conseguiu empurrar os vencimentos para frente e não tem mais tanta pressa para vender", disse uma fonte do mercado financeiro, criticando a postura do controlador de não vender negócios. Procurada, a CSN não comentou o assunto.
A companhia, que é a maior acionista fora do bloco de controle da Usiminas, também está em pé de guerra com a siderúrgica mineira.
O grupo conseguiu, com o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), eleger dois conselheiros independentes na Usiminas, decisão que está sendo contestada pela Nippon e Terninum/Techint, do bloco de controle da siderúrgica mineira.
A CSN terá se desfazer de suas ações na Usiminas - o prazo imposto pelo Cade para essa venda é mantido sob sigilo.
Por causa da crise do aço, em 2015, os valores de mercado da CSN e Usiminas recuaram 67,9% e 25,7%, respectivamente. O valor da Gerdau caiu 53,75% no período.
Mas, no acumulado do ano até sexta-feira, todas ganharam fôlego, reflexo da recuperação dos preços do minério de ferro no mercado internacional.
"O preço das ações dessas empresas estava baixo", disse Bruno Piagentini, da Coinvalores. O valor de mercado da CSN cresceu 126%; o da Usiminas 61,3%, e Gerdau, 31,3%.
Crise
A recessão no Brasil deverá ter forte impacto nas siderúrgicas, afirmou Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto de Aço Brasil (IABr). A entidade, que já tinha feito previsões pessimistas para 2016, revisou para baixo seus números.
As vendas deverão cair 10%, para 16,3 milhões de toneladas de aço. As exportações, com crescimento estimado em 2,3% este ano, devem cair 5,2%.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Mais dependentes do mercado interno, as vendas de importantes grupos, como a Usiminas , que enfrenta uma das maiores disputas societárias em curso no Brasil, e da Companhia Siderúrgica Nacional ( CSN ), do empresário Benjamin Steinbruch, poderão ser afetadas este ano.
Os dois grupos, altamente endividados, também colocaram ativos à venda, mas as conversas ainda não avançaram, segundo fontes ouvidas pela reportagem.
No caso da Usiminas, que tem uma dívida bruta de R$ 7,4 bilhões (até março), há poucos ativos "líquidos" à venda: imóveis, além da Usiminas Mecânica, de bens de capital.
O Credit Suisse está com o mandato. A expectativa, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto, é que as renegociações das dívidas deem fôlego para que a companhia possa ter mais tempo para vender os ativos.
A CSN também anunciou no ano passado uma série de desinvestimentos. O Bradesco BBI tem o mandado para algumas operações, como o Terminal de Contêineres (Tecon), de Sepetiba (RJ), que teria recebido ofertas no início do ano. A fatia da companhia na ferrovia MRS e duas usinas hidrelétricas também foram colocadas à venda.
Com uma dívida bruta de R$ 33,1 bilhões no primeiro trimestre, a CSN conseguiu alongar parte de seus débitos, sobretudo com os bancos públicos.
"O grupo conseguiu empurrar os vencimentos para frente e não tem mais tanta pressa para vender", disse uma fonte do mercado financeiro, criticando a postura do controlador de não vender negócios. Procurada, a CSN não comentou o assunto.
A companhia, que é a maior acionista fora do bloco de controle da Usiminas, também está em pé de guerra com a siderúrgica mineira.
O grupo conseguiu, com o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), eleger dois conselheiros independentes na Usiminas, decisão que está sendo contestada pela Nippon e Terninum/Techint, do bloco de controle da siderúrgica mineira.
A CSN terá se desfazer de suas ações na Usiminas - o prazo imposto pelo Cade para essa venda é mantido sob sigilo.
Por causa da crise do aço, em 2015, os valores de mercado da CSN e Usiminas recuaram 67,9% e 25,7%, respectivamente. O valor da Gerdau caiu 53,75% no período.
Mas, no acumulado do ano até sexta-feira, todas ganharam fôlego, reflexo da recuperação dos preços do minério de ferro no mercado internacional.
"O preço das ações dessas empresas estava baixo", disse Bruno Piagentini, da Coinvalores. O valor de mercado da CSN cresceu 126%; o da Usiminas 61,3%, e Gerdau, 31,3%.
Crise
A recessão no Brasil deverá ter forte impacto nas siderúrgicas, afirmou Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto de Aço Brasil (IABr). A entidade, que já tinha feito previsões pessimistas para 2016, revisou para baixo seus números.
As vendas deverão cair 10%, para 16,3 milhões de toneladas de aço. As exportações, com crescimento estimado em 2,3% este ano, devem cair 5,2%.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.