A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) fechou um acordo de venda do minério de ferro produzido pela Casa de Pedra e por jazidas administradas pela Nacional Minérios S.A. (Namisa). O contrato foi assinado com a Gulf Industrial Investment, sediada no Bahrein, e estabelece o fornecimento de pelo menos 183,3 milhões de toneladas de minério. O prazo de vigência do contrato é de 25 anos, e os primeiros embarques acontecerão em 2009.

De acordo com fato relevante divulgado pela siderúrgica nesta terça-feira (10/6), as condições acertadas com o comprador são compatíveis com as do mercado internacional de minério de ferro, inclusive preço e critérios de reajuste.

Os ativos de mineração da CSN estão entre os principais motivos da forte alta de suas ações nos últimos meses. Somente neste ano, as ações ordinárias da companhia (CSNA3, com direito a voto) acumulam alta superior a 50%, segundo relatório da corretora Ativa desta terça. Além de assegurar parte da matéria-prima para suas operações de siderurgia, a CSN nunca escondeu sua intenção de vender o excedente no mercado, aproveitando também o bom momento vivido pelas commodities. Para tanto, envolveu-se numa longa disputa judicial com a gigante Vale do Rio Doce, maior produtora de minério de ferro do mundo, acerca dos direitos de venda do excedente de Casa de Pedra.

Em abril, a companhia contratou o banco de investimentos Goldman Sachs para avaliar a eventual venda, total ou parcial, da Namisa. A subsidiária opera jazidas em Minas Gerais e deve ter sua capacidade elevada dos atuais 14 milhões de toneladas para 40 milhões até 2012. Já a Casa de Pedra, principal ativo de mineração da CSN, conta com reservas provadas de 1,6 bilhão de toneladas. Quando atingir a capacidade plena de operação, em 2013, deverá fornecer 83 milhões de toneladas por ano.