Crise da Toshiba se intensifica com notícias de perda de US$6 bi
Notícia sobre a baixa contábil da companhia fez suas ações recuarem quase 16 por cento nesta quinta-feira
Reuters
Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 10h35.
Tóquio - A crise financeira da Toshiba se aprofundou na quinta-feira após informações na mídia de que companhia pode registrar uma baixa contábil de 6 bilhões de dólares em seus negócios nucleares nos Estados Unidos, acima do esperado, fazendo suas ações recuarem quase 16 por cento.
As notícias colocam dúvidas sobre se as medidas que o conglomerado industrial deve tomar para reforçar suas finanças - incluindo a venda de uma participação no seu negócio de chips - serão suficientes para resolver qualquer déficit.
Os executivos da Toshiba se reuniriam com representantes de seus principais bancos nesta quinta-feira para discutir possíveis apoios, disseram fontes com conhecimento do assunto.
Takeshi Kunibe, presidente da Sumitomo Mitsui Banking, um de seus principais bancos, disse que a instituição gostaria de apoiar Toshiba tanto quanto possível.
A Toshiba também se aproximou do Banco de Desenvolvimento do Japão, apoiado pelo governo, disse uma fonte com conhecimento do assunto, que não estava autorizada a falar e se negou a ser identificada.
Um porta-voz do Banco de Desenvolvimento do Japão disse que não houve discussão sobre o tipo de ajuda que a Toshiba pode pedir. Representantes do Mizuho Bank se recusaram a comentar.
Acusada por um escândalo contábil em 2015, a Toshiba afundou de repente em uma crise no final do ano passado, após a informação de que teria de descontar custos excedentes em projetos manipulados por uma empresa de construção de usina nuclear adquirida nos Estados Unidos.
Fontes familiarizadas com o assunto haviam sinalizado previamente o tamanho da perda esperada em mais de 500 bilhões de ienes (4,4 bilhões de dólares).
A agência de notícias Kyodo e outras mídias domésticas disseram que as estimativas já aumentaram para 700 bilhões de ienes, em parte devido a taxas de câmbio desfavoráveis.
A Toshiba se recusou a comentar sobre as baixas relatadas e seus planos de encontro com bancos.