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Cresce otimismo de Boeing e Airbus com encomendas de jatos comerciais

A Boeing prevê que o setor aéreo mundial demandará 42.730 jatos comerciais até 2037. Para a Airbus, as entregas nos próximos 20 anos somarão 37.400 jatos

Boeing: com o acordo com a Embraer, a norte-americana busca abocanhar mais um pedaço de mercado em crescimento (Toby Melville/Reuters)

Boeing: com o acordo com a Embraer, a norte-americana busca abocanhar mais um pedaço de mercado em crescimento (Toby Melville/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de julho de 2018 às 11h53.

Última atualização em 17 de julho de 2018 às 11h56.

São Paulo - Protagonistas das grandes movimentações no setor aeroespacial nos últimos meses, a norte-americana Boeing e a francesa Airbus projetam um horizonte de longo prazo mais promissor para seus negócios do que enxergavam há um ano.

Conforme o relatório Current Market Outlook, publicado nesta terça-feira, 17, de manhã, durante a tradicional feira Farnborough, a Boeing prevê que o setor aéreo mundial demandará 42.730 novos jatos comerciais até 2037 (avaliados em US$ 6,3 trilhões), número 4,1% maior que as 41.030 unidades previstas no relatório de 2017. Já pelas contas da Airbus, as entregas nos próximos 20 anos somarão 37.400 jatos (US$ 5,8 trilhões), ante 34.900 esperadas no documento do ano passado.

As projeções desagregadas por porte das aeronaves evidenciam por que as gigantes do setor estão tão interessadas em se juntar com as fabricantes menores. Boeing e Airbus esperam que mais de 70% da demanda de longo prazo venha do segmento de corredor único (narrow-body ou single aisle, em inglês), mercado em que ambas já têm atuação consolidada, mas que vinha sendo ampliado com os maiores modelos das fabricantes de jatos regionais, como Embraer e Bombardier.

A Boeing já se encaixa no segmento de corredor único com a família 737 e sua nova geração, os MAX, por exemplo. Com o acordo com a Embraer, a norte-americana busca abocanhar mais um pedaço desse mercado em crescimento, com os E-Jets 190 e 195 e os 190-E2 e 195-E2, da recém-lançada geração - fazendo frente à sua principal concorrente, que já tinha em seu portfólio a família A320 e sua nova geração (A320neo) e incorporou, há menos de um mês, os antigos CSeries da Bombardier, rebatizados de A220.

Em um recorte de mercado diferente, a Embraer projeta uma demanda mundial de 8.230 novos jatos até 150 assentos (excluindo turbopropulsores) nos próximos 20 anos - mercado que engloba seus jatos regionais menores (como os 170, 175 e 175-E2) e também os maiores. "Aeronaves com até 150 assentos formarão uma parte cada vez mais integral do ecossistema de transporte aéreo global, transpondo a lacuna no mercado entre as maiores aeronaves regionais e os principais jatos de corredor único", avalia a fabricante, em relatório com estimativas até 2037 publicado no último sábado.

Embora também veja um mercado em crescimento para seus próprios negócios, a Embraer acredita que terá dificuldades para sobreviver no longo prazo caso não feche acordo com a gigante norte-americana para uma joint venture em aviação comercial, conforme os próprios argumentos da brasileira. Além disso, as fabricantes sustentam que o ambiente já altamente competitivo vem sendo pressionado por novas entrantes asiáticas, como Comac, Sukhoi e Mitsubishi.

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