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Credores da Argentina aceitarão reestruturar US$ 65 bi em dívidas?

Em meio à pandemia do coronavírus, economistas como os prêmios Nobel Joseph Stiglitz e Edmund Phelps acham que os credores devem concordar com o plano

Argentina: pelo menos três grupos de investidores já rejeitaram a oferta (Esteban Collazo/Argentina Presidency/Handout/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2020 às 06h13.

Última atualização em 8 de maio de 2020 às 12h24.

Os investidores que detêm 65 bilhões de dólares em títulos em moeda estrangeira da Argentina respondem hoje se aceitam ou não o plano de reestruturação da dívida proposto pelo governo Alberto Fernández . Os credores têm sido pressionados pela comunidade internacional a aprovar a proposta para dar um exemplo de flexibilidade e empatia financeira em maio à pior crise desde a Segunda Guerra Mundial.

Pelo menos três grupos de investidores já rejeitaram a oferta – que inclui uma moratória de três anos, 62% de desconto nos juros e 5% de redução do principal. Mas economistas como os prêmios Nobel Joseph Stiglitz e Edmund Phelps acham que os credores devem concordar com o plano. Nesta semana, junto com 136 pares de 20 países, publicaram um artigo no site Project Syndicate pedindo que os detentores da dívida adotem uma “abordagem construtiva” na negociação do problema.

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“A Argentina apresentou um plano razoável que reflete adequadamente a capacidade de pagamento do país”, escreveram os economistas. “A proposta está em linha com a análise técnica do Fundo Monetário Internacional de que é necessário um substancial alívio por parte dos credores privados para que a dívida da Argentina seja sustentável.”

Os economistas sustentam que uma proposta mais dura colocaria em risco a economia do país no longo prazo, considerando também o impacto da pandemia do novo coronavírus. No final, os prejudicados seriam os próprios investidores.

Para os signatários do artigo, “uma solução responsável vai criar um precedente positivo não apenas para a Argentina mas para o sistema financeiro global como um todo”. Os credores estão relutantes porque de precedentes negativos o país está cheio. Se não houver acordo, a Argentina daria calote em sua dívida externa pela nova vez – a terceira em apenas 20 anos.

Na quinta-feira, 7, o governo Fernández conseguiu trocar títulos do Tesouro Nacional em moeda local no montante de 1,76 bilhão de dólares por outros instrumentos de crédito, ganhando mais fôlego para atravessar a crise. Mas somente com a palavra dos credores internacionais, hoje, a Argentina vai saber de fato em que condições enfrentará a tormenta.

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