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CPFL quer elevar rentabilidade por meio de aquisições

O plano da distribuidora é fazer parte da tendência de consolidação do setor elétrico

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

A CPFL Energia, maior empresa privada do setor elétrico brasileiro, planeja adquirir distribuidoras brasileiras de energia com o objetivo de aumentar sua rentabilidade e reduzir custos. De acordo com a corretora Ativa, a companhia estaria disposta inclusive a elevar em até três vezes a relação de sua dívida líquida com o os lucros ganhos antes de impostos e juros (Ebtida) tendo em vista boas oportunidades de compra de ativos.

O grupo Camargo Côrrea, que detém 25,6% de participação no capital social da distribuidora, apoia a iniciativa da CPFL. "Há um enorme potencial para agregar valor com a integração do setor elétrico. E esta é uma boa oportunidade, e queremos apoiar a CPFL para que ela seja um agente de consolidação", disse Vitor Hallack, presidente da construtora, à Bloomberg.

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Apesar da queda do lucro no segundo trimestre de 2009, a companhia está preocupada com novos projetos no longo prazo. Segundo a corretora Ativa, além de estudar possíveis aquisições de distribuidoras, a empresa tem interesse na participação do leilão de usinas eólicas, a ser realizado em novembro, e também tem a intenção de participar do leilão do projeto em consórcio com a Eletrobrás.

Alvo antigo

Um dos antigos alvos de compra da CPFL é a Companhia Brasiliana de Energia, holding controladora da AES Eletropaulo, AES Tietê, entre outras. No entanto, a empresa Neoenergia -- com negócios no setor elétrico em sete Estados – também já deu provas de interesse na Brasiliana. Se as empresas entrarem de fato na "mesa de negociações", o grande impasse seria por causa do fundo Previ, pertencente aos funcionários do Banco do Brasil, que é o principal acionista da CPFL (31,1% de participação) e também é sócio da Neoenergia.

"A Neoenergia e a CPFL podem em algum momento se tornar concorrentes, ou as duas se juntam ou vamos escolher uma (para participar do leilão da usina Belo Monte), mas não é muito fácil alinhar os interesses dos acionistas", afirmou o diretor de Investimentos da Previ, Fábio Moser.


Desempenho 2º trimestre 2009

O principal fator que determinou a queda de 11,5% no lucro líquido da companhia de abril a junho, passando de 327 milhões de reais para 289 reais, foi o aumento dos gastos com energia comprada para revenda. "O desempenho foi, de forma geral, dentro da expectativa de consenso do mercado", afirmou a corretora Ativa em relatório.

Já a receita operacional líquida da companhia cresceu 15% na mesma comparação, para 2,657 bilhões de reais. No entanto, o custo com energia elétrica para revenda e com os encargos do uso do sistema de transmissão e distribuição, totalizaram 1,648 bilhão de reais entre abril e junho, representando um aumento de 27,4%.

O resultado da CPFL medido pelo Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou 691 milhões de reais no período analisado, o equivalente a uma queda de 3,7% ante 2008. A margem Ebitda, que mede a relação entre este indicador e a receita líquida, caiu 5,1 pontos percentuais, para 26%.

Na opinião da corretora Brascan, o mercado de energia ainda reflete a desaceleração da economia internacional, porém os reajustes tarifários e a entrada dos novos projetos têm contribuído para o bom desempenho do faturamento. A Brascan manteve sua classificação para as ações da companhia como sendo "outperform" (acima da média do mercado), com preço-alvo de 43,66 reais cada e um potencial de valorização (upside) de 25,3%.

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