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Corporate Venture Capital cresce no Brasil e startups da indústria são preferidas para investimento

Pesquisa da ACE Cortex, CNI e MEI mostra que metade das grandes corporações já possui alguma iniciativa de CVC ou pretende consolidar investimentos em startups

Corporate Venture Capital: estudo da ACE Cortex e CNI mostra cenário brasileiro (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

Corporate Venture Capital: estudo da ACE Cortex e CNI mostra cenário brasileiro (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

A defasagem global do venture capital serviu para consolidar formatos mais amigáveis e menos arriscados de investimentos em startups, dando espaço para a maturação de veículos de investimentos corporativos, o chamado Corporate Venture Capital (CVC). Em 2021, por exemplo, o mercado de CVC somou US$ 2 bilhões no Brasil, metade de toda a movimentação da América Latina, segundo o CB Insights.

Mais robustas e numerosas, as iniciativas de investimento privado em pequenas empresas tecnológicas despontam como um caminho viável para grandes corporações que buscam se aproximar de startups em favor da inovação em seus modelos de negócio, e quase metade das grandes companhias brasileiras já possui alguma iniciativa do tipo. 

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A conclusão é de um relatório da consultoria de inovação ACE Cortex, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI).

A pesquisa ouviu 59 empresas participantes da MEI, uma rede composta por companhias de grande porte — 49 delas têm faturamento acima dos R$ 300 milhões. Foram, ao todo, representantes de mais de 15 setores, entre eles:

  • Tecnologia;
  • Metalurgia;
  • Alimentício;
  • Químico;
  • Farmacêutico.

O cenário do CVC no Brasil

A pesquisa mostra que o investimento corporativo tem ganhado popularidade entre as companhias de grande porte. Segundo o relatório, quase metade das empresas (49,2%) realizam ou já realizaram atividades de corporate venture capital.

Trata-se de uma modalidade que tem sido avaliada até mesmo pelas companhias ainda sem familiaridade com o tema, já que ao menos 10% das companhias que afirmam não possuir iniciativas do tipo já pensam em começar os investimentos em um futuro próximo.

Para onde vão os cheques

O estudo mostra que o investimento direto é o tipo mais comum de associação com startups quando o assunto é CVC. Mais da metade (59,3%) das companhias com alguma atuação no CVC assinam os cheques diretamente para as companhias com as quais desejam estreitar laços.

Nesse cenário, destaca-se também as fusões e aquisições (M&A’s) e Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), segundo e terceiro tipos de veículos mais utilizados para investimentos, respectivamente.

As startups mais buscadas

Os investimentos das empresas que declararam realizar CVC se concentram em startups ofertantes de soluções ligadas à Indústria 4.0 (14,1%), seguidos por investimentos em soluções de Software as a Service (SaaS), com 11,7% das respostas e greentechs, startups que atuam com sustentabilidade, com 10,9%.

Em relação à maturidade dessas startups, a busca mais comum é por empresas em fase de escala (75%) e que possuam produtos já validados pelo mercado (72%).

CVC como vetor da inovação

A dominância do CVC anda em paralelo a necessidade por inovação contínua nas empresas, algo que excede as relações financeiras estabelecidas pelo venture capital. Com veículos próprios de investimento privado, grandes empresas ganham verticais robustas para conexão com startups capazes de solucionar suas principais dores de negócio e objetivos estratégicos de longo prazo.

O argumento também se comprova pelos números: para 58% das respondentes, o objetivo estratégico está presente em suas iniciativas de CVC, enquanto apenas 13% declararam ter apenas foco no retorno financeiro.

Das empresas com iniciativas de CVC, o perfil é de companhias nacionais e que também com agenda de investimentos em tecnologias nacionais.

Em conjunto às iniciativas de inovação aberta e também ao corporate venture building, de construção de novos negócios, o CVC tende a ser uma estratégia eficaz para as empresas na nova economia, avalia Luis Gustavo Lima, sócio da ACE e CEO da ACE Cortex. "Este relatório reflete a importância de grandes corporações olharem para fora de sua operação, procurando recursos e oportunidades externas que possam trazer soluções para dores e necessidades internas. Por meio da conexão, cooperação e troca de experiências com startups, grandes empresas têm acelerado o seu processo de inovação”, diz.

Ainda assim, trata-se de um cenário ainda em ascensão No Brasil. Por aqui, cerca de 50% dos respondentes que realizam CVC ainda engatinham, com atuação de três ou anos ou menos e menos de 5 investimentos, e 55% ainda não tiveram um exit, termo dado à venda final da startup, com valorização frente ao investimento no início da jornada.

Uma demonstração clara da receptividade das empresas com startups respondentes que atuam com CVC têm ao menos uma outra iniciativa de relacionamento com startups. As principais delas são por meio de:

  • Instituições de ciência, tecnologia e inovações (CT&I);
  • Aceleradoras, incubadoras e hubs de inovação;;
  • Programas de desafios, ou chamadas de inovação aberta

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