BRF: Coreia do Sul disse que fornecedores brasileiros de carne de frango terão que enviar um certificado de saúde emitido pelo governo brasileiro (Germano Luders/Exame)
Reuters
Publicado em 20 de março de 2017 às 08h39.
Última atualização em 20 de março de 2017 às 09h07.
Seul - A Coreia do Sul vai intensificar a fiscalização de carne de frango importada do Brasil e banir temporariamente as vendas de produtos da BRF após o escândalo deflagrado pela Operação Carne Fraca na semana passada, informou o Ministério de Agricultura sul-coreano em comunicado nesta segunda-feira.
O ministério disse que fornecedores brasileiros de carne de frango terão que enviar um certificado de saúde emitido pelo governo brasileiro.
Na sexta-feira, especialistas ouvidos pela Reuters já manifestavam preocupações sobre o impacto do escândalo nas exportações brasileiras.
Mais de 80 por cento das 107.400 toneladas de frango importadas pela Coreia do Sul no ano passado vieram do Brasil, sendo quase metade fornecida pela BRF.
A Polícia Federal lançou na sexta-feira uma operação para desarticular uma organização criminosa envolvendo fiscais agropecuários e cerca de 40 empresas. A investigação apontou fraudes na fiscalização sanitária, com o pagamento de propina para liberação de mercadorias adulteradas e estragadas.
Uma autoridade do Ministério de Agricultura brasileiro disse, contudo, que os problemas constatados não impunham riscos aos consumidores ou às exportações.
Um executivo da BRF se entregou à polícia no sábado. Em comunicado, a empresa diz que algumas das alegações são falsas ou baseadas em mal entendido.
"A BRF nunca comercializou carne podre e nem nunca foi acusada disso", disse a empresa, acrescentando que as menções de produtos estragados ou contaminados pela polícia estavam especificamente ligadas a frigoríficos menores sem relação com a BRF.
A Coreia do Sul baniu as importações de frango dos Estados Unidos após um caso de gripe aviária ter sido detectado em uma granja no Tennessee.