COP28: JBS anuncia investimentos em rastreabilidade individual e em apoio a pequenos produtores
Só no Pará serão R$ 43,3 milhões investidos para melhorar a rastreabilidade da cadeia pecuária e apoiar pequenos produtores com programas de regularização ambiental no Estado
EXAME Solutions
Publicado em 22 de dezembro de 2023 às 11h14.
Última atualização em 22 de março de 2024 às 12h45.
A JBS, uma das maiores empresas globais de alimentos, encerrou a sua participação na COP28, com importantes anúncios e parcerias para avançar na garantia de uma cadeia rastreável e com produção regenerativa no Brasil.
Além disso, a companhia também apontou iniciativas e investimentos que tem realizado para impulsionar uma pecuária de baixo carbono, por meio da mitigação de emissões em suas unidades e junto a seus fornecedores.
Na área de monitoramento da cadeia, a companhia anunciou que investirá R$ 43,3 milhões nos próximos três anos para melhorar a transparência e a rastreabilidade do gado no Pará, além de apoiar pequenos produtores com programas de regularização ambiental e adoção de práticas regenerativas e sistemas agroflorestais. A companhia também lidera o projeto-piloto que busca a implementação do sistema de rastreabilidade individual de gado no estado.
A iniciativa foi apresentada na COP, em parceria com o governador Helder Barbalho. A meta do Pará é ter, até 2026, 100% do rebanho do Estado do Pará com rastreabilidade individual, do nascimento ao abate.
O programa para rastreabilidade individual já teve início com a aplicação de identificadores eletrônicos individuais do gado na unidade da Friboi em Marabá (PA). Neste momento, ele também conta com o apoio de entidades não governamentais e da MSD Saúde Animal, proprietária da marca Allflex, líder em identificação animal, que forneceu os identificadores eletrônicos, treinamentos, equipamentos para leitura dos dados e o software que consolida as informações sobre cada animal.
“Nossa participação na COP28 foi bastante efetiva. Além de anunciar o nosso apoio ao programa de rastreabilidade individual do governo do Pará, também pudemos detalhar muitas das iniciativas financiadas pela JBS e pelo Fundo JBS pela Amazônia em diversos estados, que visam garantir melhores condições justamente para os pequenos produtores. Mais uma vez, mostramos que a JBS entende a sua importância para a evolução da pecuária nacional”, afirmou Liège Correia, diretora de Sustentabilidade da JBS.
Apoio técnico e financeiro para os pequenos
Durante todo a conferência, os representantes da JBS defenderam a importância de uma atuação conjunta entre setor público, privado, ONGs, sociedade civil para avançar em uma produção mais sustentável. O ponto principal de sucesso, segundo eles, é garantir o apoio técnico e financeiro ao produtor, sobretudo os de pequeno porte.
Nesse sentido, a companhia reforçou a importância da sua iniciativa de criação de Escritórios Verdes, por meio da qual já contribuiu para a recuperação florestal de mais de dois mil hectares – o equivalente a dois mil campos de futebol.
As 20 unidades implantadas pela empresa desde 2021 trabalham não só a regularização das propriedades rurais, mas também o compartilhamento de técnicas produtivas mais eficientes e sustentáveis, além do acesso facilitado a crédito.
E para ampliar o alcance e atender um número ainda maior de produtores, o projeto passou a oferecer também atendimento virtual. Até o momento, mais de 21 mil fazendas já foram assistidas e mais de 8 mil avançaram em seus processos de compliance socioambiental.
Parte dos investimentos anunciados para a pecuária no estado do Pará também será aportada no Fundo Amazônia Oriental (FAO), para apoiar pequenos produtores no custeio da aplicação de identificadores individuais no rebanho.
Nesta frente, a companhia também apresentou, na COP, iniciativas importantes que já vem realizando para apoiar produtores em toda a sua cadeia. Um exemplo é o programa JUNTOS: Pessoas + Florestas + Pecuária, do Fundo JBS pela Amazônia, que integra modelos de negócios escaláveis que geram valor a partir da melhoria do uso da terra e aumento de produtividade, liberando áreas para a recuperação florestal e outras atividades produtivas, garantindo a rastreabilidade e promovendo uma renda digna para as famílias de pequenos produtores de pecuária da Amazônia.
Ao longo dos próximos dez anos, o Fundo JBS espera destinar R$ 100 milhões ao JUNTOS, alavancando outros capitais entre públicos, privados e doações, que possam fomentar mais de R$ 900 milhões em investimento nos hubs e nas propriedades atendidas.
Pecuária de baixo carbono
A JBS também detalhou, durante a COP, como vem atuando para estimular e contribuir para uma pecuária de baixo carbono em todo o mundo. A Companhia tem implementado trabalhos concretos para se tornar Net Zero até 2040.
Entre as iniciativas, há a cobertura das lagoas de resíduos. No Brasil, a implementação da captura de metano em nove unidades da Friboi por meio do sistema de tratamento de efluentes tem possibilitado a retirada de mais de 80 mil metros cúbicos de biogás por dia. Isso representa 65% do escopo 1 da Friboi e 26% do escopo 1 da companhia no país como um todo. Globalmente, a JBS já investiu mais de R$ 220 milhões em projetos de captura de biogás nas suas operações para geração de energia em 14 fábricas nos Estados Unidos e Canadá.
Outra ação da empresa apresentada como forma de reduzir as emissões de escopo 3 foi a redução da idade do abate. A JBS tem estudado, ainda, aditivos alimentares para redução da emissão do metano entérico, aquele produzido pelo sistema digestivo do gado ruminante.
No Brasil, a JBS fez acordo com o Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo para explorar esse potencial. O estudo concluiu que o uso de uma mistura de taninos e saponinas reduz as emissões desse tipo de metano em até 17% para o gado de corte confinado.