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Construtoras se recuperam no segundo trimestre de 2009

PDG e MRV devem sair na frente das concorrentes, diz analista

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

O setor imobiliário foi um dos que mais sofreram com a eclosão da crise global no final do ano passado. No entanto, na opinião dos analistas do segmento, o cenário para os próximos meses é bastante promissor para as construtoras brasileiras. Os principais pontos responsáveis por esse otimismo são a volta da confiança do consumidor, a baixa taxa de juros e o pacote habitacional do governo lançado em março deste ano (cujo objetivo é construir 1 milhão de moradias para famílias com renda até dez salários mínimos).

Para o analista Cristiano Hees, da Brascan, as incorporadoras MRV e PDG Realty são as mais bem posicionadas no setor atualmente, por possuírem uma situação de caixa mais confortável e melhor exposição aos segmentos de baixa e média-baixa renda, cuja demanda é muito forte.

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Segundo Hees, as construtoras concorrentes podem apresentar resultados um pouco mais fracos nos próximos meses por precisarem se reestruturar operacionalmente a fim de atender as camadas sociais mais baixas. No entanto, o analista enfatiza que a expectativa é positiva para todo o setor imobiliário.

A PDG Realty, que já divulgou seus resultados trimestrais, apresentou um lucro líquido de abril a junho de 76,2 milhões de reais (pós ajustes contábeis em conformidade com as normas internacionais de contabilidade), o que corresponde a um crescimento anual de 34,3% e 2,6% acima das expectativas do mercado. A receita líquida também melhorou, atingindo 501,4 milhões de reais, 64% superior ao valor obtido no segundo trimestre de 2008.

O Ebtida da companhia (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) fechou em 107, 2 milhões de reais, o equivalente a 37,6% de crescimento anual. E a margem Ebtida ficou em 21,4%, pouco abaixo da expectativa de 21,8% da corretora Brascan para o período.

Mais lançamentos no 2º semestre

No mesmo sentido de recuperação, o desempenho prévio do Valor Geral de Vendas (VGV) divulgado pela construtora MRV alcançou cerca de 614 milhões de reais e as vendas contratadas chegaram a 852 milhões de reais. De acordo com a análise da Brascan, esses números representam um crescimento significativo de 128,7% e 98%, respectivamente.


O lucro líquido da MRV estimado pela corretora Brascan é de 72 milhões de reais, 47,6% acima do valor registrado no último trimestre e 8,4% acima de janeiro a março de 2008. E a margem Ebtida também deve subir, o valor previsto é de 92 milhões de reais, um crescimento de 51,6% em relação ao trimestre anterior e 33,4% superior ao mesmo período do ano passado.

Todas as incorporadoras devem aumentar seu número de lançamentos no segundo trimestre de 2009, segundo avaliação da Brascan. Isso deve contribuir para melhores resultados no segundo semestre do ano. A previsão para o lucro líquido da companhia Rossi é de 39 milhões de reais, 36,9% acima do valor registrado no último trimestre e 22,95 abaixo do mesmo período de 2008.

Para a Cyrela não é diferente, o desempenho projetado de forma geral também é de crescimento no trimestre. "Para os próximos trimestres, acreditamos que a Cyrela acelere bastante o volume de lançamentos, tanto no segmento de alta renda como no de baixa renda. No primeiro, influenciada pela melhora no segmento de alta e queda dos juros, e no segundo buscando absorver as melhores condições para a demanda que foram criadas com o pacote", afirmou a Brascan em relatório.

Fator de risco

Diante de tantos aspectos benéficos para o setor imobiliário, o único fator de risco na opinião de Ricardo Martins, gerente da área de pesquisa da corretora Planner, está nas condições de implementação do pacote habitacional do governo, que ainda não saiu do papel. Para Martins, é necessário analisar o local em que as casas serão construídas, a estrutura de saneamento, saúde e transporte da região. Além de possíveis parcerias com as prefeituras e empresas, uma vez que os preços dos imóveis são baixíssimos, variam entre 50,3 mil reais a 93,1 mil reais.

"Apesar disso, o pacote já foi bastante positivo, pois, a partir dele, os papéis do setor negociados na bolsa tiveram alta performance, inclusive alguns que estavam em retração há bastante tempo", disse Martins.

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