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Consórcio é opção para JBS fazer oferta por Sara Lee

Nesta semana veio à tona a informação de que grupos de private equity também querem comprar a companhia norte-americana

Rebanho do JBS, nos Estados Unidos (John Blake/EXAME.com)

Rebanho do JBS, nos Estados Unidos (John Blake/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2011 às 20h23.

 A formação de um consórcio com grupos de private equity está entre as alternativas que a brasileira JBS estuda para negociar a compra da norte-americana Sara Lee, com valor estimado em 11 bilhões de dólares, disse à Reuters nesta terça-feira uma fonte próxima da negociação.

Ao comentar como a JBS financiaria uma transação dessa magnitude, a fonte afirmou que ainda é prematuro para se ter tal resposta, mas destacou que a entrada de parceiros no processo para a aquisição poderia interferir diretamente no montante de recursos que a JBS precisaria levantar.

"É muito cedo para dar qualquer ideia, depende do negócio que for montado, do percentual que for adquirido, se é oferta plena, se é oferta parcial, se vai ter algum outro sócio. Existem várias alternativas", declarou a fonte, que pediu para não ser identificada.

Notícias de que a JBS, maior companhia de proteína animal do mundo, tem interesse na Sara Lee, que possui algumas das marcas mais conhecidas no varejo norte-americano, surgiram no final do ano passado.

Nesta semana veio à tona a informação de que grupos de private equity também querem comprar a companhia norte-americana, que atua em diversos países e é uma das líderes no varejo de café torrado e moído no Brasil, com as marcas Café do Ponto e Café Pilão.

Questionada sobre a possibilidade de a JBS integrar um consórcio para compra da Sara Lee, a fonte respondeu: "Isso pode ser uma alternativa, evidentemente que eles (grupos de private equity) têm nos procurado, mas não há nem preferências nem compromissos firmados".

Ainda de acordo com a fonte, a JBS --que não tem comentado oficialmente o assunto-- pode divulgar novidades sobre a negociação nos próximos dias, uma vez que os executivos que estiveram nos Estados Unidos para discutir temas ligados à Sara Lee, entre outros assuntos, estão retornando ao Brasil a partir de quarta-feira.

A assessoria de imprensa da JBS não quis comentar a informação.

O interesse da JBS está nos negócios de carnes e também de café da Sara Lee, revelou a fonte, lembrando que as marcas e a estrutura de distribuição da norte-americana também se encaixariam perfeitamente na estratégica do grupo brasileiro.

"O que eles estão centrados hoje é carnes e alimentos processados e café. São dois segmentos... Carnes nos interessa, e café é a oportunidade de uma empresa brasileira ter uma posição importante em café, que nunca tivemos", disse a fonte.

O Brasil é o maior produtor e exportador de café, mas suas exportações são em sua maioria de café verde, de menor valor agregado.

A fonte salientou que, do ponto de vista estratégico, a Sara Lee pode ajudar a JBS a dar passos mais largos em áreas que têm sido bastante trabalhadas pela companhia atualmente: marketing, para agregar valor aos produtos, e logística, para melhorar as margens do negócio.

Empecilhos

Além do valor da Sara Lee, considerado muito alto pela JBS no fim de 2010, há outras questões que dificultam o negócio, disse a fonte.


"Quando há um, dois ou três interessados efetivamente, e que têm cacife pra fazer um negócio deste tamanho, aparecem três, quatro, cinco ou 10 (interessados), a pedido de acionistas, geralmente os diretores que receberam ações como bônus, para aumentar o preço da ação."

A JBS, em sua proposta para a Sara Lee, trabalha com um múltiplo da geração de caixa medido pelo Ebitda. "Se vai além desse múltiplo, começa a ficar esquisito, o banco não vai te emprestar dinheiro para pagar um absurdo. O mercado define os parâmetros salutares para uma aquisição", comentou a fonte.

Questões tributárias, que eventualmente poderiam interferir no interesse de venda da Sara Lee --se ela for vendida inteira ou em fatias--, também estão sendo consideradas, mas a fonte não tinha detalhes sobre esse assunto.

Apenas lembrou que esse tema pode não ser fundamental, pois algumas divisões da Sara Lee já vinham sendo vendidas, como a área de panificação da América do Norte, vendida para a mexicana Bimbo em novembro.

"A Sara Lee hoje é a metade do que era antigamente. A Sara Lee não é mais aquela que vendia até cuecas, calcinhas. A Sara Lee tem um departamento de alimentos processados, sobretudo carnes, e o departamento do café... Isso é a Sara Lee que está sendo (negociada). As outras empresas eles ou venderam ou estão em processo de vender."

Por volta das 17h45 (horário de Brasília), as ações da JBS reduziam a alta para 0,8 por cento, cotadas a 7,06 reais, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 0,4 por cento. Em Nova York, as ações da Sara Lee reduziam queda para 0,2 por cento, a 18,16 dólares. Quando a Reuters divulgou a informação, elas cediam 1,5 por cento.

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